terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Entrevista: Alcest

A história dos Alcest começa por volta de 1999 como uma banda de Black Metal, o que é que os levou a passar para um estilo mais alternativo e Shoegaze?
A nossa cena não era de todo o Black Metal, eu [Neige] comecei a ouvir Black Metal quando era muito novo talvez quando tinha 14 ou 15 anos comecei a ouvir sons cada vez agressivos.


Portanto agora a tua onda já não é o Black Metal?
É assim continua a ser porque eu gosto de Black Metal mas quando faço música gosto de fazer algo mais. Gosto de Black Metal mas Alcest é muito mais que isso, de momento penso não voltar a fazer Black Metal com Alcest.


A música que fazes é influenciada por sonhos e experiências, como e em que sentido? São mesmo sonhos?
É assim não é como sonhar à noite, é algo mais espiritual que eu tive e é muito difícil de descrever e expressar o que vivi. Basicamente isso passou para a música porque é difícil de expressar por palavras. Quando eu era criança tinha visões e não percebia bem o que eram mas era algo verdadeiramente bonito e foi a melhor coisa que alguma vez experiencei e depois à medida que fui crescendo fui pensando em usar isso na música porque achei que era interessante.


Li algures que não gostavas de fazer o mesmo álbum uma e outra vez. Qual será a principal diferença entre o “Shelter” e o próximo álbum?
Sim é verdade. Vai ser muito diferente. Por um lado vai ter parecenças com material mais antigo já o processo de composição vai ser semelhante ao “Shelter”. O próximo álbum vai ser mais rítmico e bem diferente do “Shelter”. Assim como o “Les Voyages De L'Âme” foi diferente do “Shelter”, este vai ser diferente. Em termos líricos vai ser muito mais pessoal que o “Shelter” e temos um grande feeling em relação a ele e vai ser um registo muito importante para nós.


Vamos voltar a ouvir alguns gritos?
Eu penso que sim! [risos] Apesar de eu ter dito que já não ia gritar mais mas mudei a minha mente.


“Shelter” é um álbum sobre o Verão e a luz, existe alguma relação com o “Écailles De Lune” que falava da noite?
Sim! Eu diria que o “Shelter” e o “Écailles De Lune” ocorrem no mesmo lugar mas em diferentes alturas, um ocorre de dia e outro durante a noite.


E em relação ao “Souvenirs D'Un Autre Monde”?
Está 100% relacionado com o conceito das visões que tive, tal como o EP “Le Secret”. São os dois registos mais pessoais. O “Les Voyages De L'Âme” também é bastante pessoal mas dum modo diferente, vai mais de encontro ao conceito de Alcest porque no “Souvenirs D'Un Autre Monde” era mais novo e inocente o que torna o álbum mais especial enquanto o “Les Voyages De L'Âme” acaba por ser algo mais complexo porque passei por experiências que não tinha passado no primeiro álbum.


Para além das visões e experiências o que é que te influencia mais a compor? Que bandas e estilos mais te inspiram?
Depende de vários factores, o “Shelter” por exemplo foi fortemente influenciado por bandas de Shoegaze e outras como Dead Can Dance.


Já têm alguma ideia de quando irá sair o novo álbum?
Em princípio nos finais de 2016 e vai ter a mesma editora, a Prophecy Productions.


Qual é o teu álbum preferido de Alcest? Se tivesses de escolher só um?
Posso escolher dois? [risos] Escolho o “Souvenirs D'Un Autre Monde” e o “Écailles De Lune”. Também gosto muito dos outros mas quando tu és novo há algo de muito especial quando fazes música e acho que é precisamente isso que está a acontecer com o novo álbum, temos a mesma energia.


Hoje em dia vemos muitas bandas a tocar álbuns inteiros ao vivo, que escolherias para tocar?
Fizemo-lo uma vez no Roadburn Festival onde tocámos o “Les Voyages De L'Âme”. Vemo-nos na possibilidade de um dia tocar o “Souvenirs D'Un Autre Monde” ou o “Écailles De Lune”, é uma questão muito interessante


Este concerto [Reverence Festival Valada] não é o vosso primeiro em Portugal, como têm sido as experiências por cá? E quais as expectativas para hoje?
Acho que já demos quatro concertos cá, adoramos o país é muito bonito. Em relação a hoje não sabemos mas queremos dar um grande concerto e que as pessoas aproveitem ao máximo.


Conheces ou ouves alguma banda portuguesa?
Moonspell claro... E eu conhecia uma banda já há muito tempo mas não sei se ainda tocam, os InThyFlesh, conhecia-os porque toquei com eles há talvez 14 anos, com outra banda minha, eles são bastante antigos e bons.


Por último, gostavas de deixar uma mensagem aos fãs portugueses?
Sim. Esperemos que gostem desta entrevista e estamos muito felizes por voltar a tocar em Portugal. Obrigado!

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