Os Heavenwood dispensam de apresentações, já falei muito deles aqui no blog e desta vez vou falar do primeiro álbum: “Diva”, um autêntico referencial no Metal português, lançado em 1996 pela alemã Massacre Records que na altura ainda era recente, foi também lançada uma edição especial no Japão com a faixa bónus “Frozen Images (Remix)”, mais tarde em 2010 foi reeditado na Rússia, o que estava mesmo a fazer falta, porque encontrar edições deste álbum de 1996 é bem difícil, de referir também que, com apenas um álbum editado os Heavenwood fizeram uma Tour europeia com os Atrocity, e nos anos seguintes fizeram Tours com: In Flames, Theatre Of Tragedy, entre outras… Também garantiram a presença no Wacken Open Air de 1998.
“Diva” é um álbum excepcional e maravilhoso com uma sonoridade única e com uma produção excelente. Destaque desde já para a voz de Ernesto Guerra (guturais) e para Ricardo Dias (vocais limpos). Realce especial para os bons ritmos (e pouco densos), agudos e pesados da dupla de guitarristas, que são grande parte do “charme” da banda, uma dupla de guitarristas bem empolgante: Ricardo Dias e Mário Rui Lemos. Os sintetizadores e o piano e a habilidade brilhante de João Soares encaixam na perfeição com o resto do instrumental, e que faz um grande contraste com as guitarras. Apesar da bateria de José Barbosa não se contemplar muito, é um elemento fundamental no álbum. O baixo de Bruno Silva também tem o seu papel fundamental, embora não seja um grande ponto de notoriedade. Não há um membro da banda que se destaque em especial em relação aos outros, é a conjugação dos (admiráveis) membros da banda que faz deste trabalho, um trabalho bastante marcante e único no género, bastante inovador para a época em que foi lançado.
É um primeiro longa-duração intensamente marcado por grandes construções melódicas muito fáceis de escutar e reter, é também um álbum notável por ambientes góticos e Doom a contrastar com os guturais de Death Metal de Ernesto Guerra. É um álbum muito forte em termos líricos, com letras bastante sentimentais, dominadas pela tragédia e pelo amor. Do início ao fim é um álbum excepcional, muito original e muito uniforme, mantendo (quase) sempre o mesmo tipo de sonoridade mas ao mesmo tempo, cada música tem sempre as suas grandes composições sinfónicas cheias de energia.
“Frozen Images” e “Emotional Wound” iniciam o álbum de forma brilhante, como uma música só, duas músicas marcadas pela atmosfera gótica e escura criada pelo teclado e pelos bons riffs (e viciantes) de guitarra, realce para a voz “limpa” de Ricardo, e para os guturais de Ernesto Guerra que se iniciam a meio da “Frozen Images” e que continuam de forma incrivelmente enérgica na “Emotional Wound”. “Flames Of Vanity” e “Frithiof's Saga” são duas faixas fenomenais, caracterizadas pelo uso do teclado causando um som bastante épico, marcado por uma atmosfera triste e melancólica. Distinção para a parte do meio da “Flames Of Vanity”, em que os guturais de Ernesto Guerra atingem um nível soberbo. “Since The First Smile” é outro tema excelente, com um grande solo no final. “Judith Heavenwood” é uma faixa bastante variada, com alguns efeitos na voz, é uma música marcada pelo excelente uso do piano, o que faz desta música um autêntico clássico, com momentos incríveis e inexplicáveis. Também gosto bastante das faixas “Tears Of Grief” e “Moonlight Girl”, mas que em relação às outras não se realçam tanto a nível musical.
Numa altura em que os Heavenwood se preparam para lançar o quarto álbum de estúdio, não podia deixar passar uma crítica ao primeiro álbum da banda, um grande clássico do Metal português, “Diva” é álbum cheio de proeza, é uma viagem emocional.
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