Os Morte Incandescente são uma banda portuguesa de Black Metal, formaram-se em 2002, pelo conhecido Nocturnus Horrendus compositor dos Corpus Christii, guitarrista dos Storm Legion, baixista ao vivo dos Irae e mais umas bandas… O outro membro é Vulturius, compositor de Irae. Depois de “…Your Funeral” e de algumas Splits (incluindo com os Krieg) nasce “Coffin Desecrators”…
Em termos gerais (na minha opinião) ouve uma evolução da banda em relação ao álbum anterior, ao início este não me cativou muito, a qualidade também não é a melhor, mas comecei a ouvir este trabalho e a entrar nesta atmosfera mórbida, que não consigo ouvir em qualquer altura do dia, este trabalho transporta um sentimento arrepiante, frio e sóbrio, de alguém dentro de um caixão, retrata muito bem o nome da banda, a Morte, as letras são alternadas pelo português e o inglês, as vozes não muito gritadas, são mais “arranhadas” como o Black Metal Old School, se bem que às vezes vêm aqueles gritos aguçados ocasionais. A primeira coisa que reparamos é o excelente som da bateria, muito original, um elemento extremamente positivo, a guitarra faz-me lembrar o Thrash Metal alemão, aquele bem antigo!
A sonoridade do álbum é (de uma maneira geral) quase sempre a mesma, portanto vou falar das músicas que gosto mais, “Once The Funeral Has Begun” é uma música muito boa, vive-se intensamente o título do álbum “Profanadores De Caixões”, a voz é como a de um cadáver reanimado ou de um morto-vivo a sair de um caixão a assustar toda a gente, o instrumental e o ritmo são dos meus preferidos de Morte Incandescente, uma música muito original. Outra faixa que gosto bastante é a “Black Skull Crushing Metal” um dos grandes clássicos de Morte Incandescente, uma música quase obrigatória na lista de músicas preferidas de Black Metal, o instrumental é muito ao estilo de Black ‘n’ Roll, tem uma atmosfera muito crua e fria, é uma música rápida com muitas influências de Celtic Frost e Hellhammer. Depois, a minha preferida deste álbum “Neste Meu Caixão” cantada na Língua De Camões, é lenta e é uma música muito sóbria, é das letras mais lindas alguma vez feitas em português, cantada com aqueles guturais “arranhados” de Vulturius ou recitada quase de forma litúrgica esta música arrepia-me do início ao fim “Neste meu caixão, neste meu manto de escuridão / Descobri a razão pela qual sou o que sou”. Destaque também para os temas “Pela Noite Dentro” e “Doce Sabor A Morte”.
É um excelente trabalho, pode custar a “ingerir” e quanto às músicas vai depender do gosto de cada um, a qualidade não é a melhor mas isto é Black Metal, puro, cru, sujo… “Coberto por um manto negro / A minha desolação revelou-se / Descobrindo as falsas profecias / Caminhei pelo caminho do pecado”.
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