Oblique Rain: formaram-se em 2004 e são naturais da cidade do Porto, uma banda de Progressive Metal. Completada estava a formação e começam a trabalhar num álbum de estreia bastante competente. Chegávamos a 2007, os Oblique Rain lançam o álbum “Isohyet”, cuja principal influência são sem sombra de dúvida os Katatonia e os Opeth, e talvez (nalgumas partes) Porcupine Tree. O álbum é auto-financiado, são 7 temas que perfazem 47 minutos, foi gravado nos Ultra Sound Studios, foi produzido por Daniel Cardoso, também ele, baterista de sessão.
É um álbum muito progressivo e melódico, às vezes um pouco alternativo, é marcado por sentimentos melancólicos em quase todas as músicas, todas elas com muito sentimentalismo e com uma beleza musical incrível. A voz de Flávio Silva é espectacular (é a voz “normal”), é melódica, com um tom límpido, agradável e emotiva, os guturais ficam a cargo do também guitarrista César Teixeira, adoro os guturais, acho que acrescentar mais alguns nalgumas partes não ficava mal de todo, lembro-me agora dos guturais na “Dealing With Lies”, que são estrondosos, como fazem os Opeth. A presença de bons riffs de guitarra também é bastante acentuada, assim como partes mais melódicas e atmosféricas, e até acústicas. “Isohyet” acaba por ser o equilibro perfeito entre a melodia e o “peso”. Não vou falar das músicas uma a uma, porque a sonoridade é bastante sólida e parecida do início ao fim e as músicas são parecidas. Destaque para as partes mais Gothic e Doom das músicas “Candle Flame” e “Silent (Lost For Words)”. A “Shadows Entwined” é uma música bastante pesada e complexa, com uma melodia muito bonita, a voz “limpa” de Flávio Silva ao longo da música, e os guturais de César Teixeira a atacar a melodia bastante calma causam um contraste único, destaque aqui para o trabalho bastante variado da bateria. Gosto muito da “Dealing With Lies”, é talvez a minha preferida deste álbum, com uma melodia fantástica, um solo de guitarra fenomenal, a letra é muito sentimental e os guturais são mesmo de outro mundo.
Apesar de ser o primeiro álbum, e de deixar bem evidentes bastantes marcas (bandas) nas quais estes senhores se baseiam musicalmente, “Isohyet” revela uma grande experiência e maturidade, os Oblique Rain são uma banda cheia de talento e técnica, uma das melhores bandas nacionais, só por injustiça é que não terão pela frente um grande futuro!
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