quarta-feira, 30 de março de 2011

Ava Inferi - Onyx

Os Ava Inferi são uma banda portuguesa/norueguesa de Gothic/Doom Metal, são a seguir aos Moonspell (penso eu), a banda portuguesa mais internacional no que toca ao Metal. Formaram-se em 2005 por Rune Eriksen (aka Blasphemer, ex-Mayhem) e Carmen Simões na cidade de Almada. Contam com uma carreira bastante sólida desde o seu início, contam já com 4 álbuns de estúdio e várias digressões europeias, alguma delas em nome próprio, assim como participações nos mais conceituados festivais europeus de Metal. Todas as edições da banda ficam a cargo da editora francesa/norte-americana Season Of Mist.

Confesso que nunca fui grande fã da banda, não aprecio muito o primeiro álbum “Burdens”, tenho o “The Silhouette” que já acho bastante superior com aqueles clássicos “A Dança Das Ondas”, “Viola” e “Oathbound”, que era até à data o melhor lançamento da banda. Gosto muito do “Blood Of Bacchus”, embora o ache um pouco enjoativo e cansativo, mas tem as suas grandes músicas de destaque: “Last Sign Of Summer”, “Black Wings” e “Be Damned”. Chegamos a 2011 e os Ava Inferi lançam um novo álbum: bastante sólido e coeso e que se intitula de “Onyx”. Deparamo-nos com uns Ava Inferi com mais maturidade e com músicas mais sólidas, marcadas por ambientes espectaculares e com muita qualidade, complexidade e musicalidade, extremamente marcado por atmosferas góticas e tristes inexplicáveis, com a voz única de Carmen Simões a juntar às grandes composições de Rune Eriksen. Saiu, à semelhança dos outros, em Digipack CD.

“Onyx” é um álbum bastante cativante e etéreo, um Gothic/Doom Metal quente e escuro que nos faz sonhar, com um instrumental único (muito superior ao dos álbuns anteriores), caracterizado por melodias fantásticas por parte da guitarra de Rune Eriksen, pelo uso de samplers e pela voz única de Carmen. É um álbum muito viciante, cada música é única e diferente da outra, com excepção da “((Ghostlights))” e  da “The Heathen Island” que achei um pouco enjoativas e inferiores ao resto das faixas do álbum. A primeira faixa “Onyx” é encantadora, óptima para o início, com uma combinação de riffs e uma voz a cantar ópera lentamente, até que chegamos à voz normal e mais tarde há um solo fascinante de guitarra. Destaque para os samplers assustadores que são em uma mais-valia para o ambiente escuro deste tema. “The Living End” foi a faixa que me chamou mais à atenção inicialmente, é uma música linda com um refrão espectacular e que tem a particularidade de ter o Rune na voz em dueto com Carmen, uma música muito especial a rasar o Gothic Rock. “A Portal” é outro grande tema, mais pesado que o anterior, com mais uma melodia de guitarra deslumbrante, com um piano e com vários samplers, destaque para o verso na parte final “Within this dark I’ll set you free”.

“Majesty” foi o primeiro Single escolhido e na minha opinião foi uma excelente opção, é um dos melhores temas que os Ava Inferi fizeram até hoje, com um ambiente misterioso e uma atmosfera bem pesada, mais uma vez, com a voz especular de Carmen com a melodia de guitarra a acompanha-la de forma bem sublime. “By Candlelight & Mirrors” é a minha faixa preferida, é linda e é bem difícil de caracteriza-la, é melancólica mas não tão sombria como as anteriores, assinalada por um refrão único, diria até de génios! Nada melhor para terminar que a “Venice In Fog”, uma faixa lenta, triste e nostálgica, com um som de guitarra encantador. À semelhança da “A Dança Das Ondas”, tem como fundo o som da beira-mar, neste caso na parte final. Peca apenas pelas músicas menos conseguidas (já referidas) e por ser o primeiro álbum sem uma música cantada em português.

Os Ava Inferi são na minha opinião uma das melhores bandas portuguesas na actualidade, sempre foram fiéis àquilo que na verdade é (era/foi) o Gothic Metal, são uma banda cheia de personalidade e alma, com uma carreira bastante sólida (desde o lançamento do primeiro longa-duração) que está para durar.

1 comentário:

  1. Fieis ao gothic metal, nem mais, resume tudo o resto... fantástica review, como de costume, João. Hails |m/

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