sexta-feira, 24 de junho de 2011

Entrevista: Adrenicide

Os Adrenicide formaram-se em 2002, conta-nos um pouco do que te levou (Nuno Evaristo) a formar a banda na altura.
Na verdade, a banda iniciou as actividades por volta de 1998 mas demorei alguns anos até encontrar os músicos que queria. Naquela altura ninguém gostava da cena Thrash/Crossover e ninguém se juntou à banda. Os Adrenicide só foram oficialmente criados em 2002 quando me encontrei com o Neil Armstrong. Dei-lhe uma carrada de Demos que tinha gravado, ele escreveu as letras, e aí, nasceu a Demo “Impropaganda” (2003). Sempre ouvi bandas Old School como Cryptic Slaughter, D.R.I., Nuclear Assault, Ratos De Porão, Suicidal Tendencies, Sodom, Kreator, etc. Portanto, pareceu-me lógico começar e avançar com este projecto, influenciado por bandas que sempre foram grandes referências para mim. Em 2003/2004 surgiram muitas bandas de Thrash Metal Old School e esta nova onda deu-me ainda mais vontade para seguir em frente.


De onde vem o nome da banda?
O primeira nome da banda era Scarecrow, depois ainda pensei noutras merdas, mas um dia eu e Neil estávamos a ouvir uma banda britânica chamada Head Of David e estava lá uma música com o nome “Adrenicide”, gostámos imediatamente do nome, e ficámos logo com esse nome para a banda. Que é um grande nome!


Recentemente ocorreram várias alterações na formação da banda, quem são os integrantes actualmente?
Neste momento sou só eu, estou à procura de novos músicos, mais uma vez! Não sei se sabes mas eu gosto de fazer as coisas à minha maneira, sempre o fiz, e se alguns membros da banda não estão aptos para o fazer, vão se embora! Eu adoro esta banda e trabalhei muito para chegar onde estamos actualmente, não vou deixar ninguém alterar isso, por isso demiti o Neil Amstrong (vocalista), e alguns antes dele. As alterações na banda vão acontecer sempre que necessário, mas os Adrenicide vão continuar, a fazer Thrash Metal puro e duro.


Quais foram os melhores e os piores momentos dos Adrenicide?
Ter uma banda de Thrash Metal é difícil, trabalha-se muito para se conseguir muito pouco, contudo, é uma grande paixão, é aquilo que eu gosto e por isso é que eu o faço. Quando a banda começou nunca pensei ir tão longe, portanto, acho que no geral não há maus momentos. Destaco também a gravação do “Natural Born Thrashers” que foi uma grande experiência para mim. Diria que os piores momentos da banda foram mesmo arranjar os gajos indicados, parece que querem todos tocar Black Metal ou o caralho!


Desde 2006 que têm lançado álbuns ano após ano, querem continuar assim?
Eu estou sempre a gravar merdas, tenho sempre toneladas de músicas na cabeça e quando a editora quer o álbum ele já está feito. Para ser honesto, tenho aqui músicas suficientes para lançar mais 2 álbuns, mas com a saída do Neil decidi optar por um rumo diferente, vai ser tudo ao estilo de Adrenicide, mas um pouco diferente, até já estou a arranjar alguns amigos de outras bandas para se juntarem aos Adrenicide e ajudar nas gravações do próximo álbum, que deverá sair no final deste ano. Portanto sim, queremos continuar assim.

Recentemente lançaram “Power Shift”. Como é que tem sido a recepção ao mesmo por parte da imprensa?
Quando lançámos o primeiro álbum estávamos todos preocupados com o que as pessoas iriam dizer sobre ele mas nos dias que correm não dou importância nenhuma a isso. Nós fazemos o que fazemos e se as pessoas gostam, então, “que bom”, se as pessoas não gostam, então, “fodam-se”. Sempre tivemos um feedback de todo o tipo de media e os álbuns vendem relativamente bem, temos uma grande base de fãs na América do Sul e nos Estados Unidos.


É fácil para vocês gravar e editar álbuns a esse ritmo?
Não é assim muito difícil, como já disse, tenho um estúdio em casa e assim que tenho uma ideia gravo-a logo. E é assim que acontece, é assim que surgem os álbuns. Já comecei a gravar e produzir as músicas do próximo álbum, ainda não tem título, mas as músicas estão no bom caminho. Tenho alguns amigos a ajudar e daqui a uns tempos logo vemos o que vai sair dali. Os fãs estão habituados à voz do Neil, mas eu tenho tido um bom feedback por parte deles em relação à minha voz nos concertos, tenho uma voz um pouco mais Thrash que o Neil. Tenho a certeza que o próximo álbum vai ser melhor que o anterior e que os fãs vão adorar.


As temáticas das vossas músicas são muito Old School. Quais as vossas principais inspirações para escrever os temas?
Toda a gente diz isso, sim, “os Adrenicide são muito Old School”, na verdade, fazemos o que sempre fizemos, não tentamos ser como as bandas dos anos 80. O que nós escrevemos nos dias de hoje é o que sempre escrevemos: músicas divertidas, músicas sérias, qualquer coisa serve. Posso ver alguma coisa na TV e poderá ser um tema. Às vezes alguém diz uma piada e isso torna-se uma música, e, muitas vezes, ouvimos uma música e inspiramo-nos nela. Fazemos as coisas como pensamos que queremos fazer sem muita preocupação.


Dos 7 álbuns de estúdio, qual é aquele que te deu mais prazer a compor e que gostas mais?
O “War Begs No Mercy” de 2010, foi uma experiência incrível para mim, levou a banda a um patamar muito superior daquilo que foi feito até ali. Orgulho-me muito desse álbum.


São uma das bandas inglesas de Thrash Metal/Crossover mais bem conceituadas, quais são as vossas ambições neste momento?
Como tu sabes nunca existiram muitas bandas de Thrash/Crossover na Inglaterra, somos uma das poucas que existem, portanto acho que não é difícil ser a melhor no nosso género e é espectacular quando trabalhamos arduamente durante anos (que é aquilo que gostamos de fazer) e as pessoas adoram o nosso trabalho e isso dá-nos vontade de fazer mais. Quando a banda começou nunca pensei ir tão longe, mas sabia que tinha de trabalhar muito. As ambições são as mesmas que em 2002: fazer Thrash Metal e divertir-me. Veremos o que o futuro nós traz.


Como é que tem sido a recepção do público nos vossos concertos? Muita cerveja, degredo e headbang, imagino…
É óptimo ver (cada vez mais) putos a cantar as nossas músicas todas. Quando fiz temas como “All Went Black” e “Ward 13” nunca pensei que um dia iria ver putos nos concertos a saber as letras todas, e isso é muito gratificante. Quanto ao resto já deves imaginar: narizes partidos, ressacas, headbanging, moche, pescoços torcidos, crowd surfing. Em 2004 tocávamos para cerca de 20 e tal pessoas, agora tocamos sempre para mais de 200 pessoas, mesmo assim acho que é uma merda porque não temos uma grande base de fãs no Reino Unido, temos mais nos EUA, Alemanha e América do Sul.


Quais são as tuas bandas preferidas?
Dude… Isso é uma pergunta difícil. A minha banda preferida são os grandes Saxon, mas também gosto bandas como Venom, Kreator, Cryptic Slaughter, S.O.D., Exumer, Destruction, Sodom, Possessed, Judas Priest, Iron Maiden (claro!), Forbidden (old), Nuclear Assault, Suicidal Tendencies, D.R.I., Ratos De Porão, Vicious Rumors, Crimson Glory, e muitas mais…


Ouves alguma banda portuguesa de Metal?
Gostava muito de uma banda muito Old School que eram os Merciless Death, eram a minha banda preferida, mas também gosto de outras bandas como Shrine, os velhos tempos de Censurados, eram tudo grandes bandas.


Para quando uma vinda a Portugal? Já tiveram algumas propostas?
Sim, mas os promotores pensam que nós podemos chegar de Inglaterra aí e tocar de graça, o que não é possível. Só vamos tocar a Portugal quando alguém nos der a quantia que impomos, se não for assim, não vamos aí tão cedo, desculpem! Adoraria actuar aí, porque apesar de tudo, foi o país onde nasci.


Foi um prazer fazer esta entrevista contigo, queres deixar algumas palavras finais?
Muito obrigado pela entrevista e Keep Thrashing!!!

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