Há muito tempo que eu (e mais pessoas) esperava por algo mais Thrash dos Sepultura, na onda de um “Arise” e “Chaos A.D.” e agora tem uma oportunidade única. Até (ao “Morbid Visions”) 1986, os irmãos Cavalera e companhia praticavam um Death Metal com algumas influências de Black Metal, decadente e de excelente qualidade. Do “Schizophrenia” ao “Arise” ouvimos uns Sepultura no seu auge tendo uma repercussão a nível mundial incrível com um Thrash Metal divinal e muito próprio deles. Mas é mesmo no “Chaos A.D.” (Thrash/Groove Metal) que o nome dos Sepultura percorre todo o mundo, inclusive, foram a primeira banda sul-americana a tocar no Monsters Of Rock, em Inglaterra, no Donington Park. Em “Roots”, de 1996, os Sepultura já mostram pequenos sinais de mudança, com um Groove/Thrash mais alternativo, Nu Metal, o que lhe quiserem chamar…
Em Dezembro de 1996 Max Cavalera abandona a banda e em 1998, já com norte-americano Derrick Green na voz, os Sepultura lançam um novo longa-duração intitulado “Against”, que marca o início duma nova era, e diga-se já, um grande álbum (pelo menos para mim). Polémicas à parte, a banda sempre lançou bons álbuns, como “Nation” (2001) e o “Roorback” (2003) que ficou marcado por um regresso à sonoridade mais Groove. “Dante XXI” é um grande álbum, com variedade (no bom sentido) e uma atmosfera e um conceito espectaculares, à semelhança do Groove do antecessor mas com uns riffs mais agressivos e uma sonoridade mais Thrash- “A-Lex” já mostra bem mais que os Sepultura estavam a regressar às sonoridades mais pesadas e agressivas, com malhas estrondosas como “Moloko Mesto” ou “What I Do!”, e, num som mais sinfónico temos também “Ludwig Van”, um tributo ao grande músico/compositor Beethoven.
“Kairos”, com edição a cargo da gigante Nuclear Blast, dá-nos a sensação de uma banda mais unida e coesa, representa um regresso ao Thrash Metal característico de “Chaos A.D.” e “Arise” e representa também um abandono parcial do som mais alternativos doutros álbuns. Temos grandes riffs, solos bem compostos, bons padrões rítmicos, a voz do Derrick está muito melhor, a bateria de Jean Dolabella está mais uma vez muito bem trabalhada, as guitarras e os solos têm um peso bastante significativo (pena que ao vivo não seja assim) e a composição do guitarrista Andreas Kisser, merece todo o crédito neste álbum, que dá cada vez mais cartas a mostrar que os Sepultura estão vivos e de boa saúde, e sim, são estes, os de agora, quer queiram quer não!
Podemos dividir o álbum em 3 partes bem distintas: as faixas um pouco alternativos como no “A-Lex”, aquelas introduções (“2011”, “1433” e “4648”) que não estão ali a fazer nada, e aquelas mais Thrash/Groove idênticas aos álbuns antigos já referidos. “Spectrum” (a primeira música) e “Dialog” são duas faixas bastante boas, mais Groove, lentas, e bastante interessantes a contrastar com faixas mais rápidas e agressivas como “Relentless” (com aquele início a fazer lembrar uma “Refuse/Resist”) ou a “Just One Fix” dos Ministry, um cover muito bem feito com aqueles riffs brutais a juntar à voz (mais) agressiva de Derrick. “Mask” é uma das faixas mais pesadas e rápidas e, consequentemente, uma das mais bem conseguidas. “Seethe” é também outra grande música, com aquele solo inexplicável e com alguns efeitos na voz que nem ficam mal de todo. “Born Strong” é na minha opinião a melhor música do álbum, aquela parte inicial (que rapidamente dá lugar aos caos e destruição) está insane. “Embrace The Storm” é uma faixa mais Groove/Hadcore mas muito boa também. “No One Will Stand” é a faixa mais rápida e pesada deste registo: é muito violenta, uma bujarda autêntica! “Structure Violence (Azzes)” é uma daquelas supostas faixas tribais dos Sepultura que nos têm habituado, mas desta vez, um pouco mais moderna, com mais efeitos, ideal para terminar o álbum.
Não vai agradar a todos, e sim, vai haver muita gente a dizer que o álbum está uma mau sem sequer ouvir, mas pelo menos, se são (ou eram) verdadeiros fãs de Sepultura ouçam este novo registo que, como já disse, está muito bom, e para quem tinha perdido a esperança de ouvir algo mais Thrash têm agora a oportunidade de voltar a “abraçar” o coração dos Sepultura.
Esse álbum é um dos melhores que já tenho ouvido dos Sepultura,mais agressivo é muito bom mesmo o raio do álbum,lol.
ResponderEliminarUm abraço do MaxC666