sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Entrevista: Irae

Como começou Irae e o que é este projecto significa para ti?
Irae, musicalmente, começou dia 10/11 de Novembro de 2002 E.S. ainda que fosse uma sombra que me seguia desde 1996, altura em que formei a minha primeira banda mas por alguns motivos nunca consegui levar a minha “cena” a solo para a frente principalmente por dificuldades em tocar todos os instrumentos, na altura era apenas baixista. Irae é o ódio, a fúria e a minha eterna oposição a este mundo de merda composto pelo cinismo e hipocrisia da mente humana. Basicamente a ira de Satanás, é a única energia em que acredito e luto.


Já lá vão quase 10 anos como banda. Que balanço fazes da tua carreira até aos nossos dias?
Sim já lá vão quase 10 malditos anos e tem sido muito bom, por exemplo, nunca pensei que alguma vez conseguisse pôr Irae a tocar ao vivo ou editar os lançamentos que foram feitos, ao princípio só queria fazer uns temas e distribuir algumas cassetes. Estava-me a cagar e ainda estou.


No geral, os temas abordam uma grande aversão à raça humana. Qual é a origem da inspiração quando estás a compor?
Exactamente a pura aversão à raça humana, é a minha principal inspiração, é o ódio de dia após dia.


Os lançamentos de Irae têm sido constantes ao longo destes anos, porque é que optas cada vez mais por formatos de Vinil e Cassete em vez de CD?
O vinil para mim tem um significado especial que vai para além de ser coleccionador. As coisas surgem e hoje em dia a cassete parece ter regressado ao culto e eu acho bem. Lançar um CD hoje em dia é como lançar uma Demo há 15 anos atrás, qualquer um faz isso. Para mim tanto me faz, mas sou da opinião que certos tipos de som puxam para certos formatos.


Sei que grande parte do material de Irae é vendido para fora, mais concretamente, para que países?
A maioria do material de Irae é vendido para os Estados Unidos.


Os concertos de Irae são esporádicos… É uma opção tua ou deve-se a outros factores?
O primeiro concerto de Irae aconteceu a 22 de Novembro de 2008 E.S. e foi graças a um amigo que me conseguiu convencer a fazê-lo, de facto foi algo que sempre quis e foi uma noite memorável até gravei em DVD. Depois de ficar com o “bichinho” dos concertos de Irae optei por fazer mais alguns esporadicamente, sim porque sei que neste país uma banda de Black Metal tocar mais que 3 vezes já é muito, assim como não acho bem tocar em “qualquer” sítio e à toa, toco ao vivo desde 1998 e sei bem como as coisas funcionam, Black Metal que se preze tem de ser mantido como um ritual.


Com o material que têm exportado para fora, achas que é possível os Irae actuarem lá fora?
Tenho conseguido cada vez mais distribuição para o material de Irae é verdade, principalmente com os últimos lançamentos. Estou a tentar organizar uma Tour para o ano com outra banda portuguesa, mas visto que a cena ainda está um pouco verde por agora não me vou adiantar mais sobre esse assunto.


Recentemente lançaste uma Demo intitulada “In The Veins Of Satan”. Foi o primeiro trabalho de Irae com uma bateria real, porque é nos lançamentos anteriores optaste por uma caixa de ritmos em vez de uma bateria “a sério”?
Não foi o primeiro trabalho com bateria real o “Terror 666” e o Split com InThyFlesh, “From The Deepest Night”, mais concretamente “A Ira Nasce Nas Noites De Sintra” foram gravadas com o Nocturnus Horrendus a tocar bateria, assim como o tema “Morte Aos Traidores” pelo Kakodaemon para a compilação “Lusitânia Dark Hordes II”, o tema “Ageless Unlight” do Split EP com Jazigo seguido da Demo “In The Veins Of Satan” foram sim as primeiras gravações comigo na bateria. Usava caixa de ritmos porque não conseguia antes gravar bateria e nem me dava ao trabalho de arranjar alguém para o fazer.


A cassete ao vivo “…At Man’s Ruin” está muito bem captada e dá-nos uma noção muito intuitiva daquilo que são os concertos de Irae. Pretendes lançar mais algum álbum ao vivo?
A gravação do “…At Man’s Ruin” foi captada a partir de uma câmara de filmar, apenas fiz uma pequena masterização pois fiquei bastante agradado com o som. Não sei se lançarei algo mais ao vivo, o tempo dirá.


Em relação a futuros lançamentos, há mais alguma coisa prevista para este ano?
Sim, o próximo álbum deverá ser editado este ano chamar-se-á “Satanás Vive”, vai ficar disponível em CD, cassete e vinil.


Qual é a tua opinião pessoal acerca do Black Metal na actualidade?
Creio que o culto do Black Metal está cada vez mais deturpado e cada vez com mais palhaços portanto eu quero mais é que se foda, faço e suporto apenas aqueles em que acredito e que sinto que levam as coisas a sério e tais intenções passam de palavras para os actos.


Que bandas portuguesas de Black Metal recomendas?
Quase todas, sou um suporter da cena portuguesa até fora do Black Metal o sou, é claro que há algumas bandas que ainda não sabem o que andam a fazer mas isso sempre aconteceu.


Mensagem final
Obrigado pela entrevista, suportem o terrorismo contra a raça humana… Vemo-nos no inferno…

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