Os Dead Southern Tree são um projecto português de Post Rock, formaram-se no Verão de 2009 e são oriundos da cidade de Beja, começou por ser um projecto de três amigos de longa data: Gonçalo R. na guitarra e voz, Miguel F. no baixo e Rui C. nas teclas. O primeiro registo da banda, “…Of Stars Ans Gravitational Fields”, foi gravado um ano mais tarde e editado no mesmo ano. É uma Demo constituída por 3 temas originais e 2 covers de Peter Murphy. O segundo registo da banda, um EP, “Metamorphosis”, viu a luz do dia a 21 de Agosto de 2011, com edição (também) a cargo da ZombieWarlock Productions. São cerca de 21 minutos divididos em cinco grandes temas. Este trabalho ficou marcado pela ausência de Rui C., contando assim apenas com a participação dos outros dois membros.
É Post Rock (muito anos 90) de pendor um pouco alternativo e bastante experimental e ambiental, com uma voz espectacular, limpa, ambiental. É um trabalho que se caracteriza pelos samplers minimalistas que são inexplicáveis e por aquela guitarra suave e limpa. São várias as influências, um pouco do Grunge em geral, mas também de certas bandas de Metal mais progressivas como Opeth (as músicas mais calmas) e Mastodon (esta nova fase mais Prog Rock). Vejo este EP como uma pirâmide, na inferior estão os primeiros temas (mais pesados) e no fim estão aqueles que nos levam para outra dimensão, aqueles temas calmos e delicados, como se chegássemos ao topo e nos abstraíssemos por completo de toda a realidade. A primeira música, “Eternity's Reach”, talvez a mais Heavy Metal com o seu início pesado e psicadélico com riffs de guitarra bastante rápidos, melodia distorcidas com um grande peso dos teclados, e o EP vai perdendo a força a partir daí (mas no bom sentido). Tema a tema, “Metamorphosis” vai-se tornando cada vez mais ameno, ambiental, experimental e intimista, faz-me abstrair para outra realidade por completo e bons exemplos disso são aqueles dois temas finais lindíssimos: “The Re-Craffing Of The Physical Form” e “Reality's Affiction”, é como a própria letra indica, é como se estivéssemos à deriva pelos oceanos do tempo ou morrendo lentamente por dentro. Outro grande tema é “Thressholds”, com as linhas de baixo a destacarem-se bastante pela positiva a juntar a uma melodia simples e suave de guitarra. Não há muito a dizer de “The Emerald Nymph”, talvez destacar a voz mais alternativa e aqueles riffs de guitarra.
Estamos perante mais um grande projecto nacional, num género que fazia cá falta. Como pontos fracos evidencio a produção “caseira” mas isso também não é de admirar. Penso uma banda como estas devia ter uma editora a sério, e originalidade não lhes falta, pelo que sei, já estão a trabalhar no terceiro registo (provavelmente um álbum).
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