segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Inkilina Sazabra - A Divina Maldade

Inkilina Sazabra é o nome de mais um grande projecto português de Industrial Rock. É na minha opinião, um dos géneros mais fáceis de compor e consequentemente um dos mais difíceis de gostar ou de ingerir, é um género que requer um grande número de audições e vai crescendo a cada uma das vezes que ouvimos. É um género bastante ecléctico e variado, olhamos por exemplo para o caso português, de vertente mais filosófica os Bizarra Locomotiva, no espectro político-social os Dr. Salazar, e num panorama mais alternativo os Dr. Zilch… E nem é só na parte lírica que são diferentes, têm sons bastante distintos, todas elas são grandes bandas e parece que a grande novidade são estes Inkilina Sazabra, oriundos de Grândola.

O projecto nasceu da junção do escritor Pedro Sazabra e Carlos Sobral, em meados de 2008. Após meses a desenvolver o novo livro e as músicas, ambos decidem formar uma banda para poder promover o projecto ao vivo e assim o guitarrista César Palma e o baixista Alexandre Dale são convidados para entrar em Novembro. No dia 16 de Dezembro de 2010 é disponibilizado o primeiro Single “A Divina Maldade”, seguido do álbum de estreia com o mesmo nome, no dia 19 de Fevereiro de 2011, dia onde é achado o teclista Paulo Dimal. Após alguns ensaios a banda estreia-se ao vivo no dia 9 de Junho de 2011 na sexta edição do festival Metal GDL. A satisfação de estar em palco criou mais concertos e já com o novo baixista Carlos Bixo a bordo, a banda continuou a promoção finalizando o ano com o lançamento do EP “O Bêbado” no dia 16 de Dezembro.

Letras em português, retiradas do livro “Liberdade, Obscuridade” de Pedro Sazabra, composições simples com grande qualidade, guitarras não muito variadas e uma voz bastante eficiente, tanto naquele tom mais falado (“Assassino Solitário”) como noutro mais agressivo, em “Medo, Loucura”. Importante destacar também toda a emoção criada pela banda, com atmosferas arrepiantes e negras, em temas (ou partes) mais calmos e introspectivos como em “Amor Com Aprovação De Euclides” ou “Divagações De Aquele Que Grita”. É um CD rico nos mais variados usos de teclados e efeitos, tanto em partes mais mexidas como noutras mais lentas e pesadas. Numa toada mais electrónica e obscura temos “Dez Anos Depois”, “A Divina Maldade” e “Liberdade, Obscuridade”. É um disco rico em personagens fictícias e em histórias maléficas que em parte me fazem lembrar a poesia de Pessoa (Ortónimo), e como exemplo disso temos o Single “O Bêbado”, com o verso “a consciência incomoda-se como piolhos”. Foi na minha opinião a melhor escolha para video clip, é tema triste e bastante intimista.

Os Inkilina Sazabra são mais um belo exemplo da junção da literatura e da música. Acho que andam a passar ao lado de muita gente mas não tarda muito em estarem a dar que falar. Já se fala em mais um lançamento, ainda este ano, portanto estejam atentos!

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