Os Flagellum Dei são um dos actos mais antigos e mais importantes do movimento do Black Metal nacional, formaram-se em 1997 e contam já com 3 álbuns de estúdio. São os criadores de grandes álbuns como “Tormentor… Of The False Creator” e “Under The Might…” e mais recentemente de “Order Of The Obscure”, lançado em Dezembro de 2011, sob a mente de Sepulchral Winds, Skullcrusher e das duas novas adições da banda: Koraxid e Hellraiser. É Black Metal sem tretas como sempre foi, e não, não é na linha do “Under The Might…”, está bastante diferente…
São 40 minutos de caos, morte, sacrifícios, de Black Metal puro, com atmosferas negras, mórbidas e gélidas! Algo na onda de Marduk, Absu, Mayhem e até Burzum nalgumas partes mais ambientais. Se há coisa que diferencia este álbum dos trabalhos anteriores da banda é a produção, não é melhor nem pior, é bastante diferente de tudo o que foi feito até aqui, está mais crua e suja, os sons não estão tão “unidos” num só, está tudo mais desvinculado e este tipo de produção fascina-me… Isto tudo, claro, envolto num trabalho lírico sobre rituais, mortes, caos, obscuridade como a banda sempre nos acostumou, que se divide em letras escritas em português e inglês.
O álbum começa logo bem com uma introdução bastante boa e cativante, com um trabalho de guitarra notável, algo que é raro em certas bandas de hoje em dia… “Conjures Fire” e “Inferno Em Mim” são excelentes temas, frenéticos, cheios de ódio! E é em “Order Of The Obscure” (e não só) que a banda, e principalmente o vocalista, mostram a sua grande versatilidade musical, desde a introdução, àquela voz limpa diabólica, como se fossemos sugados para o inferno por um violento tornado de fogo negro. Destaque também para os riffs de guitarra. Numa onda mais lenta e sombria temos “Necropolis”, mais uma vez com destaque para o vocalista (com umas spoken words incríveis) e para os samplers utilizados que dão um ambiente inexplicável a este tema, uma autêntica viagem emocional!
“Ossadas” é o tema mais Thrash (“à la” Venom) de todo o álbum, excelentes riffs, uma bateria muito bem trabalha e como não poderia deixar de ser, um vocais verdadeiramente assustadores, tanto naquele tom mais limpo como naqueles gritos à Dani Filth. “From The Dark Light...” é uma pausa, é um tema bastante atmosférico e ambiental que faz falta neste álbum, faz todo o sentido haver temas destes nos álbuns e não é por não terem voz que deixam de ser pavorosos, muito pelo contrário! Numa onda mais Black ‘n’ Roll temos a poderosa e infernal “Black Metal Blood”, uma música muito boa, com uma melodia invejável, com destaque para o trabalho de bateria e guitarra (tanto a distorcida como a mais limpa). O caos termina com “Sacrificial Whore” uma faixa bastante rápida que remonta aos velhos temas de Cradle Of Filth, e Hellraiser sabe como fazê-lo e bastante bem, é mais uma faixa memorável, e aquele solo quase no final parte tudo… Isto tem um nome: classe!
Resume-se a um grande álbum de Black Metal, com grandes hinos… Todas as faixas são muito boas! Acho que peca apenas por uma coisa: as linhas do baixo podiam-se notar mais até porque ao vivo se ouvem bastante bem. Importante de dizer que este álbum é um típico “grower”, cresce imenso após várias audições bastante atentas… Custou a entrar de início e isso neste caso foi bastante bom. A edição deste grande álbum ficou a cargo da alemã Pestilence Records, uma das melhores conquistas que os Flagellum Dei poderiam ter feito! Parece que vem aí um Split e que já têm o próximo álbum praticamente feito…
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