Passaram 3 anos desde o lançamento do poderoso “Infernum Liberus EST” e a banda de Sintra está de volta com um novo trabalho, “Xenogenesis”, pelo meio ficam as edições digitais do Single “Cerberus” e do EP “Lux Omega” (todo instrumental e ambiental). Outros factores importantes a mencionar: o caminho difícil que a banda atravessou ao longa da sua existência e recentemente, o facto de a banda ter ficado reduzida a um elemento, Pedro Remiz, neste momento estamos perante uma “one man band”, em contrapartida, houve uma grande evolução musical em relação ao registo anterior! “Xenogenesis” está mais íntimo e pessoal, talvez pelo facto de ter sido apenas uma pessoa a compô-lo, claro, com a ajuda de algumas pessoas.
Apesar da instabilidade na formação os Darkside Of Innocence não se perderam nada, evoluíram bastante neste álbum. Se o álbum anterior era Cradle Of Filth e Dimmu Borgir chapado, agora temos uma banda completa renovada, com um som muito mais fresco e próprio. Será que este Black Metal bastante progressivo, melódico, tenso e com algum Jazz é o tal Gnostic Metal que eles tanto afirmam como sendo o seu género musical? Parece-me que sim! Está mais sinfónico que o anterior… Muito mais complexo… Muito progressivo com muitas mudanças de ritmo, tem mais riffs de guitarra, e claro, atmosferas… Ambientes atmosféricos sombrios e inóspitos foram a grande aposta neste trabalho e na minha opinião é isso que torna “Xenogenesis” um álbum tão bom e tão especial.
São apenas 27 minutos de música e o álbum inicia-se com “Lux”, uma pequena introdução apenas instrumental e até aqui, nada de especial. “Airian” é o nome do tema que se segue, bons riffs de guitarra, voz arranhada… Importante a destacar aquele ambiente mais atmosférico e angelical (com voz feminina) pouco depois do início do tema. “Dulcifer Tragoedia” é o grande tema do álbum, com uma introdução de piano propositadamente e rapidamente interferida por sons electrónicos que rapidamente dão lugar a uma guitarra e voz bastante agressivas… Porque é que é o grande tema do álbum? Pelo clima único criado por todos os instrumentos e vozes que nos proporcionam uma sensação inexplicável como já tinha sido feito no grande tema “Act V.I - In Nomine Dementia” do álbum anterior… Os guturais, os riffs de guitarra, o ambiente sinfónico criado pelos samplers, aquele solo de baixo, as spoken words acompanhadas por aquela guitarra limpa e pelo som da chuva… E claro, o solo de guitarra épico com que termina o tema, com o piano a acompanhar e como não poderia deixar de ser, a voz.
“Nox Omega” é o título do 4º tema, com uma introdução que relembra Burzum (aquela altura dos álbuns instrumentais/ambientais)… É um tema que não traz nada de novo ao que se ouviu até aqui mas que tem muitos pormenores por descobrir e o ponto essencial a destacar é outra vez o ambiente criado, neste caso, a voz revoltada e sufocante acompanhada por um som de guitarra espectacular e com os samplers do costume, é no fim deste momento tenso que se dá lugar a mais um momento memorável, mais uma vez com as guitarras em primeiro plano com um som único seguido de um blast beat negro e frio até ao final da música.
Para quem já se tinha familiarizado com o Single “Cerberus”, ele não desapareceu… Está dividido em 3 temas distintos o que torna a coisa mais fácil de analisar… A primeira parte é “Eros”, um tema que não foge muito ao resto do álbum com a particularidade de ter uma voz feminina, importante a destacar é a maneira como este tema vai progredindo até ao final… Destaque para os bons riffs de guitarra e para a parte final electrónica que dá um ambiente díspar ao tema. A outra parte é “Thanatos” com uma fase inicial bastante ambiental, lenta e bela, com destaque para o coro feminino, samplers, bateria e as linhas do baixo. A melhor parte é a final, com a voz feminina a sobrepor-se ao belo instrumental de uma forma incrível. Assim que acaba dá logo continuidade para o tema “Ego” com uns riffs (e o grande solo) iniciais bastante complexos e elaborados, mais uma vez com o som do baixo a ouvir-se bastante bem! O solo de guitarra é o que distingue este tema dos outros, levando àquilo que já tinha afirmado anteriormente: os Darkside Of Innocence estão muito mais renovados e com muito mais técnica. “D'eus” é o tema que fecha o álbum, instrumental, hipnotizante, trazendo à memória Burzum.
“Xenogenesis” foi um álbum bastante difícil de assimilar, é um grower, quanto mais se houve mais se gosta… Existem pormenores que só se descobrem ao fim de várias audições bem atentas. São uma das melhores e mais incompreendidas bandas do panorama metálico nacional mas que tem (quase) tudo para chegar muito mais longe. A edição deste novo trabalho ficou a cargo da Infektion Records e aconselha-se e muito a sua compra. Não interessa se é melhor que o “Infernum Liberus EST”, é apenas diferente… Houve uma grande evolução, e esperemos que no próximo ainda evoluam mais! Originalidade não lhe(s) falta!
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