Os Fina Flor Do Entulho são mais uma banda portuguesa de Punk/Noise Rock do Porto, composta por Danix, James Loose, Pedro K. e Rui G., têm já editado, “Ao Vivo Hard Club”, “Carne De Deus” (EP) e mais recentemente uma Tape ao vivo bastante limitada de nome “Orgia De Domingo À Tarde”, e como é óbvio são daquelas bandas que se estão claramente “a cagar” para as editoras, é tudo DIY… São também uma das bandas portuguesas da actualidade com o nome mais genial! Falemos então do EP…
Em primeiro lugar é um Punk bastante diferente do habitual e isso estranha-se logo nos primeiros dois temas: “O Buraco É Igual” e “Inapto Para Serviço Militar”, temas lentos (numa onda mais Doom), tristes, sentimentais, profundos, furiosos e, ao mesmo tempo, lindos… O piano no primeiro tema, aquela voz crua e suja até ao segundo tema com aquela guitarra limpa e leve a acompanhar, com alguns samplers e uma pequena distorção, e claro, a parte do “Eu não matarei” é absolutamente única. Na onda destes dois primeiros temas ainda temos “Ensanguentado”. E o Punk tradicional, rápido furioso, melódico, possuidor vem logo a seguir com “Circo Arder” envolto numa crítica social e política impressionante com temas recorrentes da nossa sociedade e da conjuntura actual, um autêntico “hit” com José Sócrates a falar no início… Grandes guitarradas, voz grave e suja, refrão que fica logo no ouvido, bateria bem trabalhada, bons riffs… Sem dúvida o melhor tema do álbum. “Cuidados Paliativos” é mais uma grande música, ouçam aquela voz de fundo sufocante… Início lento e suave que rapidamente evolui para uma rapidez impressionante e vai sempre alternando de ritmo até ao final. Para quem gosta de Thrash nada melhor que “Carniceiro”, aquele solo inicial é poderosíssimo. O EP termina com “Get Away”, na minha opinião o segundo melhor tema deste trabalho, melódico, incisivo, com grandes riffs de guitarra e claro, com um grande solo quase a meio e para a melodia bastante competente!
Fina Flor Do Entulho é Punk, Rock, Metal, é festa, é crítica, é degredo, é poesia cuidada, é um manifesto de revolta, são palavras mais javardas… Parece que ao vivo é outra coisa ainda mais suja e degradante, bonecas insufláveis a voar em palco, nudismo, concertos no meio da rua, numa prisão, enfim… Estes senhores são mesmo únicos, estamos perante músicos que juntam o lado sério das coisas (tanto a nível lírico como instrumental) com a brincadeira e o degredo, o resultado claro, é um EP bastante elegante e irresistível, recomendado para apreciadores de Bizarra Locomotiva, Mata-Ratos, Acromaníacos, Mão Morta e Dr. Salazar. Veremos quem vai sobreviver amanhã nas Caldas!
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