quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Pagan Altar - Volume 1




















Os Pagan Altar são uma inglesa de Brockley, formada em 1978. São das poucas bandas da New Wave Of British Heavy Metal de Doom Metal. Nunca foi dada muita atenção ao Doom naquela altura, então os Pagan Altar eram muito ignorados pelos media durante o início e meados dos anos 80. O único lançamento dos Pagan Altar nessa época foi uma Demo Tape com o nome da banda, tinha má qualidade porque era independente e a banda não tinha apoios, foi copiada ilegalmente para LPs que chegavam aos EUA e eram vendidas com o logo da banda, muitas perduraram nas mãos de muitos fãs até aos dias de hoje.

Apesar da banda ter acabado, e de estarem parados quase 20 anos os fãs manteram a “chama” da banda sempre viva. Com o sucesso das LPs ilegais que chegaram às lojas e pubs do submundo do metal, em 1998 saiu oficialmente o álbum pela editora Oracle Records intitulado “Volume 1”, que é a primeira Demo remasterizada, com uma qualidade muita boa e foi editado e distribuído um por pouco por todo o mundo e finalmente, em boas condições.

Escrito entre 1979 e 1981, “Volume 1” é um álbum conceptual cujos temas são o Oculto e o Satanismo, são 7 temas , todos eles muito bons, cada um com a sua particularidade. Todo o álbum é caracterizado por uma atmosfera lenta, cheia de riffs e solos, e claro, pela voz inigualável de Terry Jones. Conta a lenda que este álbum foi gravado num estúdio muito antigo em cima de um cemitério de bruxas! Terry Jones é daqueles vocalistas que nos marcam e que dão um sentimento especial à música, já para não falar do guitarrista Alan Jones, que é um autêntico génio. “Volume 1” é um álbum recheado de riffs e solos bastante trabalhados. Em termos de influências temos duas grandes bandas do mundo da música: Black Sabbath e Led Zeppelin. 

A primeira música intitulada “Pagan Altar”, começa com um coro de igreja e com a voz de Terry Jones a chamar Samael, é uma música obscura e lenta, com bons riffs, simples e incisivos, que fazem deste tema muito atractivo e interessante. “In The Wake Of Armadeus” é o tema seguinte, tem muitos riffs com algumas influências de Blues, a voz de Terry mais uma vez única, e queria dar um destaque à bateria quase no final da música, e também o solo final… “Judgement Of The Dead” é a faixa seguinte, um sonho de música, letra espectacular, melodia catchy, solos e riffs que nunca mais acabam com um tom negro e agreste que fazem desta faixa uma das mais obscuras do álbum.

“The Black Mass” é muito provavelmente a música mais satânica deste álbum, a introdução é como primeira música mas em vez de ser com o coro da igreja é com a guitarra, e Terry, em vez de chamar Samael invoca Lúcifer e Satanás, a partir dos 3 minutos ouvimos um riff espectacular, mais uma vez a voz de Terry a funcionar na perfeição com os solos e riffs de guitarra, um dueto fantástico, com um refrão bastante marcanete: “This is the age, the age of Satan, now that the twilight is done, / Now that Satan has come”. “Night Rider” é outra grande música, começa lentamente e vai aumentando o ritmo, no final fica mais pesada e agressiva, um dos pontos altos do álbum. “Acoustics” é a música seguinte, originalmente chamada de “The Dance Of The Banshee”, que por motivos desconhecidos durante a impressão do “Volume 1” mudou de nome, é uma música instrumental, com guitarras acústicas e muito rápida. 

Esta obra de arte não podia acabar melhor “Reincarnation”, eu adoro quase todas as músicas de Pagan Altar, mas esta é muito especial, pela voz de Terry Jones, pelo baixo que define o tom da música, pela guitarra fantástica de Alan Jones, a melodia maravilhosa e a bateria com um simples e pontual. A música é lenta e vai ficando cada vez mais rápida. É uma das baladas mais bonitas que ouvi até hoje, uma letra muito sentimental e crítica, acerca da humanidade, da vida, da natureza e do planeta terra… É uma música que não tem explicação possível!

Chega ao fim este clássico, um dos melhores álbuns de Doom Metal que ouvi até hoje, feito por quem o faz melhor, os pioneiros deste género, que na minha opinião são uma das melhores bandas de Doom de todos os tempos e infelizmente, a mais desvalorizada.

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