“Black Metal executado em nome de Satanás”, é assim que se apresenta um dos projectos/bandas mais emblemáticos de Black Metal lusitano, vindo de uma das melhores mentes, Vulturius, também (ex-)membro (ao vivo ou em estúdio) de bandas como Morte Incandescente, Storm Legion, Flagellum Dei, Thy Black Blood… Desde o início do projecto, em 2003, o ritmo de lançamentos tem sido constante. Na bagagem, Vulturius conta já com 8 Splits, 5 Demos (todas elas lançadas em cassete) e 2 álbuns de estúdio. As aparições ao vivo são raras e têm sido alvo de críticas bastantes positivas.
Irae, caracteriza-se por um som “chuvoso”, gélido e frio, por um instrumental e uma voz bem distorcidos, por uma caixa de ritmos simples e por uma dor e um ódio à raça humana inexplicável. A voz é angustiante e destrutiva, rasgada e aguda, repleta de agonia e ódio a tudo (como se pode ver pelas letras). Em relação aos registos anteriores, “Hellnation” caracteriza-se por um som muito mais melódico. Teve edição a cargo da War Arts Productions, mais tarde saiu em cassete, com edição a cargo da Discipline Productions, e distribuição pela Bubonic Productions. São 8 temas que perfazem 38 minutos de terror e holocausto.
Destaque desde já para o tema título que é uma música muito boa, com bons riffs e com uma bateria bastante rápida. “Axes Of Decapitation” é uma faixa bastante cáustica e muito agitada, que abranda mais ou menos para voltar (mais uma vez) ao caos e à rapidez. Em comparação com todas faixas do álbum, aquela que se destaca mais, é, sem sombra de dúvida “Lucifer's Shadows”, com um ritmo mais Black ‘n’ Roll de início que rapidamente dá lugar a uma parte bastante rápida e veloz, realce especial para aquela parte mais lenta da música, com um instrumental semi-acústico espectacular. “Cold Funeral Night” é outra música excelente, com um som de baixo divinal e com uns riffs e solos de guitarra de cortar a respiração. “Under The Fog Of A Cursed Forest” é um tema com um início lento e majestoso, é um tema com uma essência inexplicável, principalmente naquela parte em que se ouve uma voz a sussurrar algo, acompanhado por aquele som incrível da guitarra “limpa”. “Deathcampaign” é uma faixa muito boa, rápida e com riffs agudos, que param para uma parte mais Doom com um som de guitarra lento e limpo espectacular, que rapidamente se deixa levar pelo caos e pela destruição. As duas últimas faixas do álbum, “Slaves Of The One” e “Unholy Spirit”, na minha opinião não são tão boas como as outras referidas anteriormente. É um álbum que peca apenas pelas duas faixas menos conseguidas e pela qualidade, que, poderia estar superior.
Estamos perante um dos melhores projectos de Black Metal feito em solo nacional, isso vê-se de alguma forma pela quantidade de vendas do projecto para o estrangeiro, muito superior (infelizmente) às de cá. Esperamos agora por mais um capítulo de ódio que deverá estar para breve. Altamente aconselhável para fãs de Darkthrone!
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