sexta-feira, 13 de maio de 2011

Entrevista: Heavenwood

No final dos anos 90 fizeram várias digressões pela Europa, aquando do lançamento de “Diva” e “Swallow”, depois pararam durante algum tempo. Fala-nos um pouco dessa paragem.
Houve a necessidade de fazer essa paragem por vários motivos desde questões pessoais, profissionais e alguns litígios em termos de editora da época. Os Heavenwood ficaram congelados mas em termos de actividade musical os membros, por assim dizer, tiveram sempre activos em matéria de produções ou mesmo “aventuras musicais” com outros projectos fora do espectro do Metal.


Achas que se não fossem os problemas internos que os Heavenwood, nesta altura, seriam “maiores”?
Curioso… Os “problemas internos” surgem sempre de factores ou problemas externos, não temos prazer em ter de mandar pessoas embora, não temos prazer em ter nos chatear com “externos” também. Cada vez mais na vida chego à conclusão que as pessoas não sabem o que querem, nem fazem a mínima ideia do que andam aqui a fazer, pessoalmente falando, aprecio ver resultados e também aprecio trabalho, dedicação e concentração. As “palmadinhas nas costas” não levam a lado algum, aliás o único efeito que produzem em mim é o de encorrilhar a roupa, isso sim é que é aborrecido… Quanto aos “maiores” acho isso é subjectivo. Maiores do que o quê ou do que quem?! É irrelevante, o importante é ser-se melhor e nesse prisma sim, sinto que estamos melhor e perante outras bandas também.


Voltaram em 2008 com “Redemption”, precisaram desse tempo todo para amadurecer e posteriormente gravar e editar o álbum?
Alguns temas do “Redemption” remontam a 2006/2007 e em matéria de composição sofreram influências desses anos de stand-by. O “Redemption” é mais “in your face”, é mais cru, despido de orquestrações ou ambientes, é uma mistura de cinzento com bordeaux.


Assinaram contrato com a editora francesa Listenable Records, como surgiu o contacto com a editora?
Foi a Listenable Records que nos contactou, além de outras quando souberam que a banda estava em fase de pré-produção/composição.


Esse contrato vai durar quanto tempo?
3 álbuns.


As críticas a “Abyss Masterpiece” têm sido bastante positivas por todo o mundo, achas que isso é importante para a carreira da banda?
Sim, é reconhecimento pelo imenso trabalho que o “Abyss Masterpiece” levou em termos de composição e gravação. Ao mesmo tempo foi e é de certa forma um álbum arriscado, contra-natura dos álbuns massificados e plastificados e muitas vezes sem sentimentos na conjuntura actual. Não é um álbum fácil de se ouvir ou apreciar à primeira audição mas foi mesmo assim que o desejámos, um álbum para se ouvir e descobrir a tamanha informação nele contida, teria de ser assim mesmo, é subliminar, é metafórico é uma mistura explosiva do racional com o emocional.


Porquê a aposta numa orquestra neste álbum? É algo que já tinham pensado há muito tempo?
As líricas assim o exigiam, os ambientes e a “lógica” da sensação. Trabalhar com o russo Dominic G. Joutsen foi uma experiência fantástica, saborosa, cansativa de forma positiva e será algo que tentaremos manter para o próximo álbum.


Gostaram de trabalhar com o Orquestrador Sinfónico?
Sim e idem aspas, foi uma aventura entre dois mundos extremos onde a paixão pela música foi a meta atingida, jogamos com o factor “a bela e o monstro” em termos musicais e estamos satisfeitos efectivamente.


Escolhia-lo para o próximo álbum?
Sim.


Fala-nos um pouco do processo de gravação do álbum.
O álbum foi pré-produzido nos 213 Studios do nosso Bruno Silva, seguimos para Braga para as captações no Ultrasound Studios tendo sido a última vez que gravamos nestes estúdios, voltámos ao 213 Studios para editar as orquestrações de forma a ser misturado pelo Kristian Kohler  (Crematory, Benighted, Powerwolf ) na Alemanha. Neste sentido “Abyss Masterpiece” foi muito trabalhoso também.


Há uma grande diversidade no álbum (voz gutural/limpa, orquestra, músicas pesadas/baladas, partes mais melódicas). Como defines o género dos Heavenwood neste momento?
Emotividade vs Racionalidade. Acabámos por deixar à interpretação de quem lê as nossas letras ou de quem ouve as nossas melodias, o género musical em causa, não é importante para nós colocarmos rótulos. É Metal com rasgos emotivos, negros de forma estruturada.


Qual é a sentimento de “renascer” depois de períodos menos bons?
Errar faz parte do processo de evolução de qualquer ser humano “quem nunca errou que levante o dedo ou dê um passo á frente”. Existem períodos na vida aos quais devemos dar mais atenção do que apenas música. A música em Portugal alimenta a alma mas não alimenta o estômago.


Já há propostas para uma Tour europeia?
Sim, tivemos oportunidade de duas Tours com os Epica e com os Septicflesh mas foram uma oportunidade muito em cima do joelho. Preparar o “Abyss Masterpiece” para ser tocado ao vivo leva o seu tempo e apenas recentemente estamos preparados. Irão surgir mais oportunidades com certeza e existe a prioridade de dar resposta à forte promoção que o álbum e banda têm em todos os países. Depois de tudo isto, ok, então fará sentido, reparem qual a razão de fazer uma Tour promocional a um álbum que tinha saído há uma semana, uma banda para todos os efeitos que ainda é desconhecida, mesmo sendo o 4º álbum, para muitos fãs de Metal europeus da nova geração. Se falarmos de Tour até final do ano a acontecer, então sim isso fará sentido, seria prematura e iria (a Tour no início do ano), uma vez mais, alimentar apenas o Ego… Não vivemos do Ego.


Fizeram duas sessões eléctricas em Portugal de apresentação do novo álbum, como foi a recepção do público?
Os Heavenwood apresentaram “Abyss Masterpiece” com o botão de “overdrive” dos amplificadores no máximo nas duas Fnacs, coisa rara é verdade, mas conseguimos, e a afluência foi excelente notando-se nas vendas do álbum nos próprios dias.


Por último, queres deixar algumas palavras aos fãs de Heavenwood?
Queria pedir em nome da banda e pensando também nas restantes bandas nacionais que os fãs ou amigos apoiem as bandas, comprem os CDs originais e marquem presença nos concertos de maior relevo. Aproveito para convidar todos a visitar os nossos sites oficiais em www.heavenwoodclan.co.pt ou www.myspace.com/heavenwood e para finalizar poderão estar a par de tudo o que é novidades Heavenwood via Facebook.

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