O Black Metal em Portugal “gira” à volta de um pequeno grupo de pessoas com vários projectos, tu (JA), és um dos melhores exemplos disso. Como é que consegues conciliar todos os teus projectos e bandas nos tempos que correm?
Nunca estou a trabalhar em todos os projectos. Decayed continua a ser a minha prioridade, quando não estou a criar nada de novo para Decayed, começo a trabalhar num dos outros projectos. Como esses projectos não necessitam de ensaios, vou trabalhando calmamente, muitas vezes com paragens, até chegar ao produto final.
O que me levou a formar os Alastor foi o gosto pela música e o desejo de criar música. Comprei uma guitarra, convidei um amigo para tocar bateria e foi assim que tudo começou. Infelizmente, em 1988 era muito difícil encontrar músicos para Metal, e como nunca conseguimos completar a formação mínima, a coisa não passou de umas poucas de musicas… Quando em 1990 formei os Decayed, era suposto os Alastor nunca mais surgirem. Em 1996, convidei o resto dos Decayed para trazer a banda ao activo e desde essa altura, de tempos a tempos convido músicos para um novo álbum/gravação.
A maior diferença foi o tentar limpar o som, mas sem o tornar demasiado “cristalino”. Outra foi o facto de ter demorado mais tempo a compor/gravar. Houveram algumas paragens pelo meio o que dava um certo aspecto novo de cada vez que recomeçava. E talvez a maior diferença: nunca tinha trabalhado com esta formação.
Foi tudo material novo. Quando convidei esta formação para fazer o único concerto até hoje, ficou sempre a vontade de gravar algo com esta formação. Eventualmente surgiram-me algumas ideias, e comecei a trabalhar num EP. Quando enviei a pré-produção ao resto da banda, gostaram tanto das músicas que sugeriram gravar-se um álbum… E assim foi.
Todas as letras deste álbum são da autoria do GC. Quando lhe perguntei se queria escrever as letras, perguntou se queria que fossem escritas de alguma maneira em particular. Só lhe disse que preferia em português e que tentasse manter o tema dos álbuns anteriores… Anti-Cristianismo. E creio que se saiu bem na tarefa, as letras estão impressas, se alguém estiver realmente interessado, e são de fácil assimilação.
Não vejo motivo para voltar a cantar em inglês, por isso, o português deve-se manter.
Esse álbum nunca foi lançado por não ter conseguido encontrar uma editora interessada em 1996. Eventualmente, optei por lançar algumas das músicas num Split com Decayed. Quando apareceu uma editora interessada nos Alastor, pediu para se gravar um novo álbum porque algumas das músicas estavam no Split…
Venom.
Tocámos 5 músicas na festa de lançamento, mas não considero isso um concerto. Existe a possibilidade de se voltar a tocar ao vivo, desde que as condições necessárias sejam cumpridas.
Aproveitei o balanço do álbum e comecei a trabalhar em 4 músicas… Faltam os solos e algumas vozes, mas como o álbum acabou de sair e nem sei o que fazer com esse material… Está parado.
Não faço a mínima ideia do que se passa a nível musical. Vou ouvindo algumas coisas que amigos me recomendam, mas pouco ou nada tenho a ver com este novo Metal que se faz hoje em dia. Para mim, Metal (e tanto me faz que seja Black ou Thrash ou Heavy) tem de ser tocado de uma certa maneira, porque foi essa maneira que me atraiu a ouvir Metal nos anos 80. Eu ouço barbaridades serem ditas por pessoas mais novas que, nos anos 80 seriam ditas por pessoas que nada percebiam de Metal ou que odiavam Metal.
Sou religioso. Acredito nos Deuses antigos. Se alguém quiser debater esse assunto, pode contactar-me. No entanto, se for para debater o facto de cada pessoa ser o seu “Deus”… Agradecia que só me contactassem se forem realmente Deuses.
Obrigado pelo apoio. Boa sorte nos teus projectos. Tentem abrir os olhos para o que se passa à vossa volta e usem a memória.
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