sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Entrevista: Hirax

Começando… Na minha opinião os Hirax nunca tiveram a atenção devida, comparando com bandas que se formaram na mesma altura como Exodus, Testament ou Overkill. A pergunta pode ser um pouco inapropriada mas, porque é que vocês nunca se sobressaíram tanto como estas bandas?
No início, só gravámos dois álbuns, “Raging Violence” (1985) e o “Hate, Fear And Power” (1986)… Raramente fazíamos Tours. Tendo em conta os registos que editámos nessa altura, é compreensível porque é que naquela altura o nosso sucesso era mínimo. Contudo, as coisas mudaram e agora temos uma grande legião de fãs que cresceu imenso em todo o mundo. Tenho orgulho em tudo aquilo que fazemos e vejo que estamos cada vez mais a crescer e a ganhar força a cada ano que passa.



Como era o Underground do Thrash Metal nos anos 80?
Era muito excitante e eram grandes tempos. O Thrash Metal era novo… E não haviam regras. Éramos miúdos malucos e novos, e transportávamos toda a nossa energia para a música. É espectacular ver que passado várias décadas o Thrash Metal continua em grande força, e nós, Hirax, fazemos parte da história dele!



Katon, porque é decidiste recomeçar com a banda em 2000?
Estava constantemente a receber cartas e e-mails de pessoas de todo o mundo. Perguntavam todas por músicas novas e começámos a receber propostas para dar concertos em todo o lado. Houve ainda uma grande procura pela nossa música porque só tínhamos dois álbuns. Agora dedico-me a fazer os meus fãs felizes!



Nesse ano lançaram o EP “El Diablo Negro”. Foi composto e gravado nessa altura ou eram já temas antigos?
Foi gravado em 2000. Foi o primeiro lançamento em 13 anos e é importante referir que a faixa-título tornou-se um clássico da banda. Tocamo-la todos os concertos.


Até ao lançamento do “The New Age Of Terror” ocoreram algumas mudanças na formação da banda, foi fácil encontrares os músicos certos para gravar?
Sim, tínhamos de gravar um novo álbum, portanto trabalhámos com novos músicos. De referir ainda que é um dos grandes álbuns do nosso catálogo. Até hoje, foi um dos que mais vendeu.



Alguns títulos de músicas são em espanhol, sei que isso tem a ver um pouco com as vossas origens. Fala-nos um pouco disso.
Sim, o nosso baterista, Jorge Lacobellis, é da Argentina e a família do guitarrista, Mike Guerrero, é do Peru. Já a minha família é de Portugal. Nós temos um grande reconhecimento e respeito em países latinos, por isso, optamos por incluí-los nalgumas das músicas, e é também por respeito aos nossos fãs que falam espanhol.



Sentem-se melhor a actuar nos países latinos? É que em quase todas as tournées passam lá.
Em sinto-me bem em todos os sítios que actuo mas vou ter de dizer isto acerca dos países da América Do Sul/Latina: estas pessoas têm uma grande paixão pelo Heavy Metal. Adoramos fazer Tours lá porque o apoio aos Hirax é massivo. As nossas legiões suportam a nossa música a 1000%.



Em 2009 lançaram “El Rostro De La Muerte”. Como foi a gravação do álbum?
De todos os nossos álbuns, este trabalho foi o mais difícil de gravar devido às tournées e às gravações ao mesmo tempo. Deu muito trabalho. Era sempre para trás e para a frente, do aeroporto para o estúdio. Quando não estávamos em tournée aproveitávamos para gravar o álbum em casa. Tudo ao mesmo tempo, foi muita confusão. Mas finalmente conseguimos ter o álbum pronto. Ainda me lembro de estar a passear no Texas naquela altura e de estar a ouvir diferentes misturas do álbum que o produtor me enviava para ouvir e para nós aprovarmos (ou não). Nunca fizemos um álbum como este e estamos bastante orgulhosos do resultado final, foi um desafio épico.


É um álbum que, liricamente, aborda muita violência e morte…
Em todos os nossos álbuns (para além das letras) temos uma pequena explicação daquilo que cada música fala. É preciso ler bem, são letras bastante profundas, por vezes com mais de um significado.


Voltando outra vez aos concertos. Qual é a principal diferença dos concertos que davam há 20 anos em relação aos que dão agora?
Sinceramente, nem é muita. É quase a mesma coisa, mas 20 anos mais tarde. A nossa base de fãs tem vindo a crescer muito. A nossa música tem chegado a muitos tipos diferentes de pessoas que ouvem Metal. Temos ultrapassado barreiras musicais que não eram possíveis há 20 anos atrás e acho que é graças à internet que fez com que tudo fosse mais rápido e eficaz. Temos dado concertos em toda a parte do planeta como na Ásia, Índia e Rússia porque as pessoas fazem muitos downloads em sites como o iTunes.


Vêm a Portugal brevemente…
Sim! No SWR Barroselas Metalfest que decorrerá de 26 a 30 de Abril, em Barroselas. Quero ver lá todos os meus irmãos e irmãs do Metal para a nossa primeira grande actuação em Portugal. Agradecemos o vosso apoio!


Por fim, queres deixar mais algumas palavras?
Vamos lançar um álbum na Primavera de 2012. Estou ansioso por ir tocar pela primeira vez na minha terra natal. Vou tocar para vocês e prometo que será um concerto que nunca vão esquecer. Obrigado pelo vosso apoio. Vemo-nos em breve!

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