Os Venom já não são novidade para ninguém. Formaram-se em 1979 em Newcastle (Inglaterra) e são, incontestavelmente, os criadores supremos do Black Metal, nome dado ao segundo álbum da banda (sucessor de “Welcome To Hell”) que mais tarde serviria de nome para o sub-género já indicado, embora não seja como o que conhecemos hoje em dia, ou, ao que associamos de verdadeiro Black Metal, é um Speed/Thrash Metal com a voz rouca e suja de Cronos, com uma atitude Punk, bastante característica da banda e da NWOBHM em geral. Contudo, são uma banda vive à custa da reputação que ganhou no início de carreira, nomeadamente, com os dois primeiros lançamentos, duas obras de arte bastante influentes na música extrema mundial. Não é que o resto da discografia seja má, têm álbuns medianos como “At War With Satan” (1984), “Resurrection” (2000) e até o “Metal Black” (2006), mas são uma banda que peca bastante pela falta de originalidade e pelo desgaste, pela estabilização, como se estivessem parados no tempo, nunca houve uma evolução significativa a partir do “Black Metal”, e já enjoava… De notar ainda que os piores álbuns da banda não têm o Cronos na voz/baixo.
Numa altura que já não havia esperança (pelo menos aqui por estes lados), os Venom lançam o décimo terceiro álbum de estúdio (através da Spinefarm Records) e posso já afirmar que é o melhor registo dos senhores nestes últimos dez anos. Não sei porquê mas parece-me estar aqui uma banda mais renovada e inspirada, tanto a nível musical como a lírico (que sempre foi um ponto destre trio). Thrash Metal (ou Black) rápido e agressivo, de cariz Punk. Grandes riffs de guitarra (destaque para o guitarrista Rage), algumas passagens inesperadas, e um baixo sempre presente e potente, com uma produção bastante aperfeiçoada e renovada (pelo menos para os Venom). Há músicas bastante simples e óbvias que não se sobressaiem tanto mas também existem umas bastante boas, que se aproximam bastante daquilo que toda a gente gosta, os dois primeiros álbuns (mais do segundo)…
Vou passar a destacar então esses temas: “Hammerhead”, a primeira, é lenta e tem um feeling espectacular, destaque para o refrão e para o solo. “Nemesis” já é uma música mais rápida e agressiva, uma grande bujarda, com um baixo bastante sublime a marcar presença. Melhor parte: aquele grande solo! “Pedal To The Metal” é a que gosto mais: grande energia e feeling, muito parecida com algumas malhas do “Welcome To Hell” mas com uma produção mais moderna, e aquele solo!!! Destaque também para “Hail Sathanas”, outro grande tema com uma letra muito boa. “Punk's Not Dead” é provavelmente o tema mais conhecido do álbum, não pela música em si, mas pelo título. É uma faixa bastante agradável e acessível, em sintonia com o resto do álbum, com o seu ritmo pesado (não muito rápido) com um refrão que fica na cabeça e que nos dá vontade de ouvir mais vezes. Será que esta faixa quererá dizer que os Venom não estão mortos? Parece-me que sim. Realce especial para o interlúdio acústico “Lest We Forget”. Numa voz mais recitada que gritada temos “Valley Of The Kings” outra grande faixa, mais uma vez num ritmo pesado e lento. A faixa “Fallen Angels”, termina o álbum na perfeição, são 7 minutos com várias mudanças de ritmo que passam a correr, refrão muito bom, letra original, com destaque especial para a parte inicial e para aquelas paragens onde se ouve aquela guitarra limpa.
É muito simples, “Fallen Angel” são uns Venom com um som mais renovado e moderno, já há muito esperado, inspirado naqueles dois clássicos. Não é perfeito, mas também não é mau, espero que continuem nesta onda. Sim, isto é Venom!
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