sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Entrevista: Brutal Brain Damage

Onde vão buscar inspiração para o humor dos vossos temas?
Carlos Lopes: Nós somos pessoas divertidas e bem humoradas. Não temos nenhuma fonte de inspiração sem ser a nossa própria parvoíce. Normalmente sou eu que puxo mais por esse aspecto mas é todos juntos é tipo uma casa de malucos.


Achas que esse humor acaba por vos distinguir das restantes bandas de Grindcore, que geralmente abordam temas mais Gore ou crítica social?
Carlos Lopes: Não vou bem por aí. Há algumas bandas que também têm a sua veia humorística mas sim. Em certos aspectos pode-se dizer que nos distingue mas sinceramente não sei explicar porquê. Apenas como não somos uma banda com mensagem a nível crítico social (que é o tema mais abordado de bandas Grind) quisemos optar mais pelo cómico. Acho que a vida já é bastante séria.


Há uma grande evolução do EP para o álbum, a vários níveis, quais foram as principais diferenças na gravação e produção de um e outro?
Carlos Lopes: O EP na altura apanhou as malhas compostas antes da entrada do Big. Foi gravado e masterizado por nós.  Depois a nível de composição com ele na banda já foi diferente como se pode ver. São malhas um pouco diferentes e mais arrojadas.  Em relação à produção do álbum fizemos tudo com o Miguel Tereso que nos ajudou imenso. Estamos super satisfeitos e espero que no futuro o resultado final seja como no primeiro álbum. A nível gravação foi praticamente tudo gravado em casa por assim dizer. Nesse aspecto não ouve muita diferença, apenas que no “mini quarto super mega estúdio” do Miguel tínhamos mais condições para gravarmos já o nosso EP foi gravado numa garagem num domingo à tarde.


Quais são as principais bandas que vos influenciam para compor?
Carlos Lopes: As nossas influências vêm da música e de vários estilos de Metal. Todos gostamos de coisas diferentes desde Grind, Death, Thrash, etc. Não temos aquela banda como influência mas pode-se dizer que há algumas que nos inspiram como qualquer banda. Eu pessoalmente ouço de tudo um pouco e gosto de muita coisa fora do Metal. Mas como banda em geral há bandas que todos nós gostamos, desde Napalm Death, Rotten, Nasum, Magrudergrind, etc. Mas tentamos não ir por aí. Queremos criar um som que se pode dizer nosso. Apenas temos bons professores que nos ensinam e dão inspiração na veia criativa da música.


E em termos de bandas nacionais houve alguma que vos inspirasse e que olhassem como referência?
Carlos Lopes: Isso é uma boa pergunta, porque normalmente fala-se mais de bandas de lá de fora como fonte de influências e no meu caso é mesmo o oposto. Quando comecei esta banda foi a partir de uma noite bem passada num concerto de PussyVibes e depois de ter feito um pouco de barulho ao micro. Sinceramente essa sensação deu-me outro olho aos concertos. Não como fã mas como poderia ser tocar ao vivo. Umas das minhas bandas favoritas são Dead Meat, PussyVibes, Raw Decimating Brutality e Grog. E daí eu, em pouco tempo, a nível de voz comecei a querer fazer de tudo um pouco. Tenho imenso respeito por essas bandas e são pessoas incríveis. Claro que com o passar do tempo conhecemos pessoalmente mais pessoas e desde aí, Matter é daquelas bandas que para mim é das melhores que se pode ter cá.  Estou super contente por fazer parte deste meio porque para um país pequeno temos bandas do caralho e um enorme gosto em tocar com aquelas bandas e socializar com os elementos. É tudo porcos, feios e maus!


Foi desse contacto com os R.D.B. e não só que surgiu a oportunidade de editar o álbum pela Vomit Your Shirt. Achas que a editora tem tido um papel fundamental para a divulgação do Grind nacional lá fora?
Carlos Lopes: Sim, foi a partir de um concerto na Covilhã que surgiu essa oportunidade e estamos super contentes. A editora foi espectacular connosco e têm feito um trabalho incrível. São pessoas dedicadas e super simpáticas que fazem o melhor. Estou sinceramente agradecido por terem mau gosto musical e terem apostado nesta banda, é o que posso dizer!


Que bandas nacionais recomendas?
Carlos Lopes: Bem pessoalmente... Há muitas bandas, mas do que tenho ouvido mais nestes últimos tempos: Serrabulho que lançaram recentemente o seu primeiro álbum, Matter tenho andado a ouvir também a colhoada feia deles e em breve terão aí o álbum, Besta também tenho andado a ouvir com mais atenção e o “Obra Ó Diabo!!!” que não precisa de apresentações. Tenho ouvido AntiVoid que também já tivemos juntos no palco onde participei no submarino amarelo. Eu sei lá! Poderia estar a tarde aqui toda.


E que fests nacionais aconselhas?
Carlos Lopes: A meu ver SWR Barroselas é o épico! Mas temos muitos bons fests e já tivemos oportunidade de poder tocar em alguns. O Butchery At Christmas Time foi para mim o que mais me marcou pela boa camaradagem que se sente e vivê-la. O Moita Metal Fest foi onde tocámos para mais pessoas e foi uma experiência incrível:  público non stop in the pit. Um que para mim foi de dar valor foi o Goat Fest, organizado por pessoas da terra com todas as condições possíveis e muito bem recebidos. Portugal é pequeno mas há sempre pessoas a organizar concertos por amor à camisola  e isso é de dar valor.


Para finalizar queres deixar algumas palavras para quem ouve Brutal Brain Damage?
Carlos Lopes: Comprem o nosso álbum que quero ser rico e aparecer na TVI. Quero agradecer a todo o pessoal que tem apoiado a banda em todos os aspectos. Nota-se nos concertos a aderência do pessoal e só tenho a agradecer o vosso apoio a uma banda como a nossa. Temos tido situações incríveis e estou sinceramente contente pela força que têm dado. Muito obrigado por gostarem de barulho e javalis. Um bem hajam!

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