sexta-feira, 6 de maio de 2011

Entrevista: Machinergy

Antes de passar às partes mais importantes, gostaria que nos apresentasses os Machinergy.
Os Machinergy nascem em Arruda dos Vinhos em Junho de 2006 e são um trio de Thrash/Death Metal com várias influências. Lançámos o álbum de estreia em Setembro de 2010 e estamos a promovê-lo neste momento com a divulgação habitual e com suporte dos concertos.


O vosso primeiro álbum é bastante bom, estás satisfeito com o resultado final?
Sim, estamos satisfeitos. Foi o resultado de muitos meses de esforço e do aprimorar das músicas. Aliás, essa foi a parte mais importante, ficarmos satisfeitos com o conteúdo, algo que se ouvires daqui a muitos anos, independentemente da produção, continuas a gostar. Mas o trabalho final do Daniel revelou-se positivo. Acho que está equilibrado.


Como decorreu o processo de gravação de “Rhytmotion”? Foi algo gravado exclusivamente para o álbum, ou já tinham alguns temas feitos de há varios anos?
Por várias fases, tipo objectivos de empresa. A primeira parte foi compor 10 músicas pois esse era o número que tinhamos em mente. Algumas ideias já tinham alguns anos e aproveitámos e aperfeiçoámos. Após concluída a composição, ensaiámos bem as músicas e ainda limámos algumas arestas. Decidimos investir em material e gravar no nosso mini-estúdio. Fizémos tudo com muita calma e descontração de modo a ficarmos satisfeitos com o resultado final. Depois foi o doloroso trabalho de estúdio mas acho que valeu a pena. Dói mas depois sabe bem!


A mistura e masterização final do álbum ficaram a cargo do Daniel Cardoso, estás satisfeito com o seu trabalho? Escolhia-lo para um próximo trabalho?
Não foi fácil, devo confessar. Trabalhar à distância é complicado e foi necessário algum tempo até conseguirmos estar satisfeitos e dentro das limitações. O Daniel é óptimo produtor mas talvez desta forma se torne um pouco penoso para ambas as partes. Mas quem sabe se não voltaremos a trabalhar num próximo disco noutras condições…


O disco é auto-financiado, já há alguma proposta em vista por parte de alguma editora para um próximo lançamento?
De momento, não temos nada. Mas vamos, a seu tempo, procurar alguém que acredite no trabalho desta banda pois não se vai arrepender.


Quais são as principais influências dos Machinergy a nível lírico?
Sou eu (Ruy) quem escreve a maior parte das letras até porque serei eu a cantar, por isso, sou eu o autor da maior parte delas. As influências são variadas. O espectro vai do pessoal, a algo mais abrangente e directo. O Incendiário é exemplo disso, é uma letra Punk numa cabeça Metal. Quando escrevo também penso na banda como um todo e que todos se identifiquem. Mas não há limites, por assim dizer. Se me interessar, hei-de escrever alguma coisa sobre isso, directamente ou de forma mais abstracta.


O disco conta com dois convidados especiais. Como surgiu essa oportunidade? Eles tiveram algum papel de relevo na criação dos temas?
Os temas já estavam compostos mas tiveram toda a liberdade nas suas partes. Já conhecia a Célia e o Hugo das lides metálicas para além de ser apreciador dos seus trabalhos. A coisa apareceu naturalmente, achámos que seria interessante ter mais alguém para dar um certo colorido ao disco e lembrámo-nos deles. Foram impecáveis.


Têm dado alguns concertos para promover este vosso lançamento. Sei também que tiveram a oportunidade de partilhar o palco 3 vezes com os brasileiros Uganga, como têm corrido as coisas? Como está a ser a aceitação por parte do público?
Os concertos têm tido pouco pessoal, de uma forma geral. Tem sido e é o caminho de muitas bandas desconhecidas como é o nosso caso. Primeiras partes, aberturas, etc. As coisas são mesmo assim e tudo é importante neste percurso. Podem estar poucas pessoas mas serve sempre para melhorares em algo. Um músico nunca está satisfeito, então com concertos… Mas nós queremos aproveitar as oportunidades e melhorar a cada concerto por isso não desperdiçamos nada. Mas nós queremos aproveitar as oportunidades e melhorar a cada concerto por isso não desperdiçamos nada.


Como é que tem sido a recepção do álbum por parte da imprensa?
Em relação ao CD, as críticas têm sido bastante positivas e equilibradas, justas, digamos. As bandas também têm noção do que fazem e no nosso caso, muitas das coisas que já li (escritas por pessoas que não conheço de lado nenhum) vão de encontro a algumas das nossas espectativas. Mas depois há aquelas que te causam alguma admiração pois nunca te tinham passado pela cabeça. Essa é a magia da música, ideias e sentimentos diferentes a partir da mesma rodela.


Recentemente gravaram o video clip para o tema “Rhythmotion”, conta-nos um pouco da história por detrás da música…
A história tem a ver com a música, obviamente. É sobre "um" certo lado negro da caixinha mágica. A televisão é como comida. As pessoas precisam de consumir televisão quase como necessitam de comer para sobreviver. Mas há uma espécie de sentimento inconsciente, quase como uma perversão escondida, para ver sofrimento, morte, tragédias, etc. Talvez seja já o nosso formatado cérebro ou talvez precisemos de ver a miséria dos outros para continuar a nossa vidinha. Eu sei que é um assunto sensível mas eu vejo-o assim e o clip acaba por traduzir isso mesmo. O desespero de alguém que não está a conseguir sintonizar a sua "comida" e todas as tentativas que faz para o conseguir. O sangue no fim simboliza tudo aquilo que acabei de dizer. É cruel mas é a vida.


Por último, queres deixar alguma mensagem aos fãs?
Agradecer-te pelo apoio e ajuda na divulgação e também a todos que já nos viram, compraram o CD, etc. Continuem a apoiar as bandas, sem tretas, sem merdas. Todos precisamos de todos e o resto é paisagem. Abraço a todos!

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