sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Entrevista: Switchtense

Os Switchtense são uma das “maiores” bandas nacionais de Metal. Que balanço fazem da vossa carreira?
Neto: O balanço é muito positivo, temos vindo a crescer como banda e como pessoas ao longo destes anos, fazendo o que mais gostamos: compor, gravar e tocar ao vivo! Desde o EP “Brainwash Show” que temos vindo a criar raízes na cena do Metal, raízes essas que foram ficando mais fortes com todo o nosso trabalho, força e perseverança! Desde o início que o espírito foi sempre o mesmo, levar o nome Switchtense a bom porto, tocando ao vivo o maior número de vezes possível fazendo chegar a mais pessoas a nossa música.


“Confrontation Of Souls” foi um marco bastante importante a nível nacional nestes últimos anos. Sentiram alguma pressão para fazer algo ainda melhor no segundo álbum ou as músicas fluíram naturalmente?
Neto: Pressão sempre existe alguma quando conseguimos fazer com que um álbum seja um marco a nível nacional como referiste, mas penso que não nos deixámos afectar por essa pressão, aliás, é deste tipo de pressão que gostamos! As músicas foram surgindo de uma forma natural ao longo do tempo. Concentrámo-nos apenas em fazer mais um álbum explosivo e “in your face”!


Quais foram as principais diferenças na gravação e produção dos dois álbuns?
Neto: Uma das maiores diferenças foi o facto de termos gravado este mais recente trabalho em “casa”, isto é, no Ultrasound Studios na Moita. Ao trabalharmos perto de casa e com todo o tempo para nós em estúdio existiram vários pormenores que pudemos trabalhar com maior precisão. O “Confrontation Of Souls” foi gravado em Braga no Ultrasound Studios onde estivemos quinze dias… Claro que já levávamos algum trabalho de casa mas pelo facto de estarmos fora tínhamos sempre alguma pressão a nível de tempo para fazer as coisas o mais rápido possível.


Voltaram a escolher o Daniel Cardoso para a produção álbum. É algo para continuar?
Neto: Sim sem dúvida, escolhemos mais uma vez o Sr. Cardoso para produzir este álbum pois é um dos melhores e arrisco-me a dizer se não o melhor produtor português! Ficámos muito satisfeitos com o resultado de “Confrontation Of Souls” que nem foi preciso pensarmos duas vezes sobre quem iria estar á frente da produção do segundo álbum. Gostamos muito do profissionalismo do Daniel e conseguimos fazer com que a relação banda/produtor seja algo de muito poderoso… Acho que se reflecte na sonoridade que temos nos discos. Será certamente algo para continuar em trabalhos futuros!


Liricamente o que aborda “Switchtense”?
Hugo: “Switchtense” é um álbum “directo ao assunto”, sem muitos rodeios sobre a mensagem que queremos passar. É um disco de denúncia, que aponta o dedo a várias injustiças… Um disco que pretende vincar a nossa personalidade persistente e trabalhadora mostrando a tudo e todos que estamos aqui para ficar e que o nosso objectivo é conseguir triunfar neste mundo do Metal!


Têm recebido excelentes críticas lá fora. Como tem sido a venda do novo álbum?
Hugo: Obviamente como trabalhamos com uma editora nacional, a maior percentagem de vendas do disco é feita cá em Portugal. Também tocamos muito mais cá que no estrangeiro, logo vendemos cá mais discos. Contudo, a como a Rastilho funciona, com grande sucesso, como loja online, vendemos também discos para fora. Ainda esta semana vendemos para a Austrália e para os Estados Unidos…


De vez em quando dão alguns concertos lá fora. Qual foi aquele que vos deu mais prazer actuar?
Hugo: Regressámos agora de 2 datas lá fora: De Rots em Antuerpia (Bélgica) e Turock Open Air em Essen (Alemanha). Foram ambos bons concertos, embora completamente distintos. Se o da Bélgica foi num clube pequeno e com um efeito de proximidade muito grande, já o do Turock foi num espaço que à hora da nossa actuação deveria ter um número aproximado de 2 mil pessoas. Foi excelente a reacção do público e conseguimos ali mais um ponto de retorno num futuro… Todo o festival foi excelente! Lembramos também com muito agrado o nosso concerto no Chronical Moshers em 2009 também na Alemanha, festival no qual já confirmámos a nossa presença no Verão do ano que vem!


Em relação ao público, preferem o português ou o estrangeiro?
Hugo: De certo modo são públicos diferentes mas ambos gostam e desfrutam da mesma maneira! Claro que jogar em casa tem sempre um gosto especial, mas publico seja ele português ou estrangeiro, se nos veio ver então temos lhes dar a nossa entrega, muita atitude e uma boa descarga de Metal! Felizmente esta é uma linguagem Universal…


São uma banda com bastante potencial para a internacionalização. Tem havido algum interesse de editoras/promotoras internacionais nos Switchtense?
Hugo: Com este álbum abordámos algumas editoras lá fora, embora saibamos que é um mercado muito competitivo e complicado de furar. Para estar numa editora internacional que seja para estar numa major… Caso contrário não me parece que seja muito importante isso! É complicado para qualquer banda do actual panorama nacional conseguir entrar no catálogo de uma Century Media, Nuclear Blast ou outra coisa do género. Mais vale termos um bom negócio de distribuição que propriamente uma edição onde por vezes as bandas pagam para editar… Isso nós não fazemos! Confiamos no nosso trabalho e na nossa persistência… Tenho a certeza que um dia vai dar os seus frutos! Até lá temos que conseguir tudo à nossa conta e com todo o nosso esforço, agradecendo o excelente apoio e o profissional trabalho que temos da nossa editora Rastilho.


Já se encontram em fase de composição o próximo longa-duração?
Neto: Neste momento ainda estamos a promover este segundo álbum mas já começámos a pensar numa futura composição para o que será o sucessor de “Switchtense”. Não fugirá muito aos anteriores mas será sem duvida um álbum mais maduro com toda a aprendizagem e experiência que temos vindo a ter com o passar do tempo, mas sim, podem esperar a mesma força e dedicação que temos vindo a transpor para os nossos álbuns, e claro… Muita agressividade e muito caos!


Falando agora do underground metálico nacional, na vossa opinião, quais são as principais diferenças do Metal agora, e do Metal de há 10 ou 20 anos?
Hugo: Mais sítios para se tocar ao vivo, mais bandas com mais qualidade, mais festivais de Metal, mais hipótese de conseguires promover a tua banda lá fora… Tudo isto são coisas muito positivas! Contudo há coisas que nunca mudam: o compadrio, o “cunhismo”, a falta de respeito por quem é sério e honesto, os poucos apoios estatais a eventos que tenham a ver com as sonoridades mais extremas… Há que lutar, arregaçar as mangas e não ficar à espera que as coisas aconteçam!


Que bandas nacionais aconselham?
Neto: Existem várias bandas nacionais das quais gostamos muito e nos identificamos, sugerimos bandas como Grankapo, For The Glory, Seven Stitches, Pitch Black, Revolution Within, Echidna, Simbiose, The Spiteful, etc…


Para terminar, querem deixar alguma mensagem?
Neto: Apoiem o Metal Nacional que está aí em força, continuem a aparecer nos concertos, não só nesses “grandes” eventos mas também no meio underground! Façam com que cada vez mais Portugal seja um país referenciado como um país de Bom Metal! Da nossa parte um obrigado muito especial a quem nos tem acompanhado e apoiado ao longo deste tempo e a toda a gente que descobre agora o som de Switchtense! Estamos aí para ficar!!! Já daqui a pouco tempo, mais concretamente de 28 de Outubro a 01 de Novembro, estamos na estrada com a Lions Unleashed Tour, a melhor Tour (só com bandas nacionais) do ano! Procurem informações sobre as datas e locais e não faltem à chamada!

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