quinta-feira, 29 de março de 2012

Hanged Ghost - Knowledge Of The Occult

Os Hanged Ghost são mais uma banda portuguesa de culto, de Doom/Death Metal oculto e sombrio... Como eles lhe chamam: Occult Death Funeral Doom From The Pit. Mas não são “só mais uma”! São, a par de projectos como Bosque, Lord Of The Abyss ou Defuntos, uma daquelas bandas reservadas e ocultas, de verdadeiro culto. Não é Funeral/Doom como Bosque, Drone/Doom como Lord Of The Abyss ou aquele Doom/Black mórbido e arrepiante dos Defuntos… É algo ainda mais profundo, depressivo, cruento, emocional, doentio e oculto. Contam já com o lançamento de duas Demos: “Remembrance” e “Remembrance Pt. II”, de 2010 e 2011, respectivamente. Outubro foi a data escolhida para a libertação deste álbum, gravado nas profundezas da noite em MMXI, com letras esculpidas miseravelmente em MMV. A edição ficou a cargo de duas editoras: Bubonic e Universal Tongue, foram feitas 300 cópias, numeradas à mão.

“Knowledge Of The Occult” é um álbum de Doom/Death (quase Drone) com uma produção crua e suja, sem grandes arranjos bonitinhos, 48 minutos de trevas e escuridão, guturais graves e por vezes mais arranhados aproximando-se de um Depressive Black Metal. Riffs de guitarra simples, rígidos e directos. No total são 3 grandes temas, muito lentos, (mais um sem título no fim), o primeiro, “Calvarium”, é talvez o mais rápido (se é que se pode chamar rápido a isto) de todo o álbum, bastante denso até… “The Wood & The Stone” é outro grande tema com destaque especial para a subtileza das spoken words e para aquela atmosfera vivida aos 8 minutos e tal, onde somos “sugados” para um buraco negro gelado. E é na longa “Abhorrence As A Necessary Vision Of A Cruel Analysis Of Those Who Live Hidden In The Radiance Of Treachery” que ficamos com uma hipnose total, com o seu minimalismo frio e cru. É um álbum bastante monótono, repetitivo e depressivo, peca um pouco pela fraca produção e não sei até que ponto uma produção mais profissional não seria melhor… Faltam aqui aqueles momentos mais intensos e inóspitos como o que referi em “The Wood & The Stone”, era algo a explorar mais numa próxima libertação. Não esquecer ainda de mencionar a última faixa instrumental, que termina de forma bastante subtil este réquiem de dor e depressão, altamente aconselhável para as noites frias e longas de inverno.

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