Os Simbiose vão já com mais de 20 anos de carreira. Quais foram os melhores momentos como banda?
Ao longo de 20 anos tivemos grandes momentos mas se calhar um dos melhores foi a tournée no Brasil.
Consideram que tiveram maus momentos?
Como Simbiose não depende disto para viver, tentamos levar isto sempre para os bons momentos, isto é um hobbie. Mas sim, por exemplo, um mau momento foi quando o Hugo saiu da banda, desistiu… Foi um dos maus momentos. Mas nunca tivemos assim uma coisa muito má.
Editaram recentemente “Economical Terrorism”, como decorreu o processo de gravação e produção?
A produção foi a cargo do Ulf Bloomberg na Suécia, que já tinha feito o “Fake Dimension”. Em termos de captação foi no estúdio dum amigo nosso, 5 dias de captação. Foi o álbum mais rápido a captar… Foi uma coisa normalíssima, íamos bem ensaiados para o estúdio, gravámos tudo, captámos tudo… E depois o trabalho foi do Ulf.
Porque é que decidiram cooperar com a LOUD! para a edição do CD?
Nós não decidimos nada, quem decidiu foi a editora, a Rastilho, foi um negócio entre eles.
Optaram mais uma vez pela edição em vinil, por alguma razão em especial?
Há muita malta que ouve o nosso tipo de som, que ouve Crust, que prefere comprar o vinil, nós também (da banda) gostamos de ter sempre uma edição em vinil, fazemos um esforço para isso e foram reunidas as condições necessárias e conseguimos mais uma vez editar o álbum em vinil, em vários países, neste caso em 6/7 países: Brasil, Alemanha, Espanha, França, República Checa…
É também o primeiro álbum, desde o “Evolution?”, sem convidados especiais…
Sim… Este álbum foi muito simples, nós sabíamos o que queríamos fazer, acho que é um dos álbuns mais nervosos de Simbiose, penso eu… Mais agressivos, também com letras com mais raiva, foi tudo muito simples e epá, não é obrigatório ter sempre participações.
O facto de o álbum ser mais agressivo deve-se ao facto da conjuntura actual ser mais extrema?
Sim acho que sim. Há uma revolta maior neste momento por parte da própria sociedade em que estamos inseridos e isso demonstrou-se também um bocado nas letras e nas músicas. Saiu naturalmente, não foi feito por causa disso mas penso que isso se verificou, tem sempre a ver com o estado de espírito das pessoas.
Todos os álbuns de Simbiose passam por uma espécie de manifesto, de incentivo à luta, à resistência. Consideram a parte lírica tão importante como a música?
É tão importante ou mais, este estilo de música não é propriamente para falar de amor, de problemas pessoais… Tentamos ser o mais simples possível nas letras é um bocado o que nós vemos, o que nos rodeia, os nossos problemas do dia-a-dia… Tentamos manifestar isso nas nossas letras, sempre o fizemos e essa também uma das principais razões para nós existirmos, apesar do som também vir por acréscimo.
Já estão a compor algum material novo?
Neste momento ainda não, estamos só tocar mas posso dizer que para o ano vão haver uns Splits.
Preparam-se para dar mais um concerto nas Caldas, quais são as expectativas?
É assim, é a terceira vez que a gente toca nas Caldas até agora tem sido sempre muito bom, tu também estiveste cá em todos, parece-me, tem sido sempre bom e hoje espero uma noite com o pessoal a curtir.
Dão sempre concertos lá fora, estão previstas algumas datas num futuro próximo?
É assim, não está nada fechado mas está de pé uma pequena Tour europeia e uma ida ao Brasil em 2013… Está de pé, ainda não estão reunidas as condições necessárias para isso da parte de lá mas penso que vá acontecer… Estamos a fazer um esforço para ir lá.
No início da formação da banda todos os membros eram vegetarianos… Ainda se mantém?
Não. Neste momento há 3 vegetarianos, é meio/meio… Sempre fomos uma banda que nos respeitámos todos entre nós, o vegetarianismo não é o factor principal da nossa existência, vemos isso como a opinião de cada um e tentamos respeitarmo-nos sempre uns aos outros que é o que sempre aconteceu.
Algumas palavras finais?
Epá é o costume… Em 20 anos temos muita gente que nos apoia, felizmente… Que compram os discos, aparecem nos concertos… E epá, é agradecer a essa malta toda e à que está por trás, que nos ajuda nos concertos, a malta que nos faz entrevistas, malta das editoras… Pronto, porque nós sozinhos não conseguíamos fazer isto.
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