Em 2010 os Utopium já tinham deixado bem evidente que se iriam tornar no caso sério do Grind nacional, brutalidade e qualidade à parte, sempre foram uma réstia de esperança de que ainda era possível inovar bastante num estilo já gasto e saturado. “Vicious Consolation / Virtuous Totality” é o nome do primeiro longa-duração (que de longo tem muito pouco) e teve como selo a Bleak Recordings, também dos compatriotas Process Of Guilt, em parceria com a Raging Planet.
São 18 temas brutais, insanes, doentios e rápidos, quase 23 minutos de Grindcore muito pouco ortodoxo, ruidoso, com uma produção muito pouco comum por este canto da Europa. No EP o Sludge já se tinha revelado como uma pequena influência na banda, agora revela-se como parte fundamental deste álbum, mas não é só, continuam os riffs e ritmos frenéticos, a sujidade do Crust e a brutalidade e velocidade do melhor Death Metal. Faixas mais melódicas como “Tangiest Outlet”, “Tort Deletion” e “Jarred Into Newtons” são autênticas bombas e até por caminhos mais Doom estes senhores nos surpreendam, “Lower Providence” e “Owner Of A Kept Abidance” são dos temas mais surpreendentes do álbum, lentos e transcendentais. Destaque também para faixas mais variadas como “Held Tombstone” ou “Thrive A Starch”. Até a nível lírico eles são fora do comum, nada de letras de crítica social ou temas Gore, mas a natureza humana, sentimentos obscuros, letras bastante sentimentais e de foro individual.
Se querem Grindcore moderno, fora do comum, brutal e hipnótico têm aqui o opus ideal… Isto, e também se forem fãs de Nasum ou Rotten Sound. A presença da banda no Wacken Open Air deste ano foi mais que merecida, pena que esse festival não lhes dê o devido reconhecimento, que outros por essa Europa dariam. Estamos perante aquele que é, até agora, o álbum nacional de Grind do ano e um dos mais marcantes da cena portuguesa na última década. Comprem o CD e enlouqueçam de vez!
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