Quando e como se formou a banda?
Para dizer a verdade... Foi em 2008, juntámo-nos e foi até arranjarmos um guitarrista decente e tivemos tipo, 12 guitarristas diferentes, cada um deles era mesmo uma merda e depois vimos o Robert (Werner) no MySpace e o interesse musical dele eram tipo as nossas merdas. Depois acabámos na sala de ensaio e aqui estamos.
Vocês vêm todos de diferentes meios, o que fazem para além da música?
Wolfgang Ott: Como profissão, eu trabalho no campo pedagógico como professor. Ninguém sabe que eu toco em bandas de Goregrind nem ninguém deveria descobrir isto [risos].
Werner Kniesek: Eu estudo Física numa Universidade austríaca e estou a fazer o mestrado... Algumas pessoas sabem que toco nesta banda até já lhes mostrei algumas músicas mas ninguém está realmente interessado.
Franz Stockreiter: Eu trabalho numa empresa de segurança, tento ser um gajo duro mas na maior parte do tempo isso nunca é assim. Faço um pouco de tudo, em lojas, eventos desportivos... É importante e relaxante porque eu não quero trabalhar muito no duro e o melhor é que tenho uma visão positiva do trabalho para o futuro. As horas e os tempos do trabalho são muito flexíveis assim torna-se fácil conciliar o trabalho com os concertos.
É fácil para os três trabalhar, estar no estúdio e dar concertos? Conseguem adaptar-se bem a isso tudo?
Nós temos um programa no computador que simula tudo, o estúdio basicamente, portanto nunca vamos mesmo para o estúdio, é uma ferramenta pequena mas que simula os temas mas não digas a ninguém [risos]. Basicamente podes fazer um bom trabalho em casa, a tecnologia vai ficando cada vez melhor e nós aproveitamos. Somos uma espécie de “nova era” da música brutal. E nós raramente fazemos tour, normalmente tocamos aos fins-de-semana. Fazemos com que funcione tudo bem.
Pensam que o Grindcore hoje em dia é muito mais que criticar a sociedade ou estarem fodidos com o mundo? Pelo menos nos vossos vídeos e temas vocês parecem não se preocupar muito com isso...
Mas nós tamos mesmo irritados com o mundo! Nós exprimimos isso através de questões extremas, basicamente o que fazemos é humor negro. E esta é a forma como vemos o mundo. Temos também a dizer que não temos nada a ver com o Grindcore tradicional, que é sobre opiniões políticas, problemas sociais, nós não queremos saber disso... Nós vemos isto como um hobby e adoramos cenas mais Groovy (e menos Grind), ouvimos outros tipos de música, acho que o Grindcore tem pouco a ver com a nossa música que é uma mistura de Brutal Death Metal e Goregrind, mas o Grindcore mesmo está muito longe do nosso estilo.
Como foi o processo de gravação do vosso EP?
Basicamente fizemos em casa, temos uma ferramenta no computador que já falámos, a bateria foi feita por um gajo austríaco no estúdio ele colocou samples e fez umas cenas e soa mesmo a uma bateria a sério. Depois gravámos as guitarras em casa que também funciona para o baixo, e gravámos também a voz em casa, Do It Yourself style porque os estúdios são muito caros [risos]. Mandámos para a nossa editora a Kaotoxin Records, eles fizeram a masterização e sabem como fazê-lo soar bem melhor.
Quais são as bandas que mais vos influenciam?
Nós soamos a Prostitute Disfigurement, Cock And Ball Torture... Agora espero que não digas isto a ninguém mas eu penso que as partes instrumentais soam a Limp Bizkit, Linkin Park, Korn [risos]. Vais encontrar mesmo muitos grooves de Limp Bizkit nas nossas músicas.
Podem falar um pouco da vossa cena local?
Existe um exemplo mesmo muito bom para explicar isso, que tem uma forte ligação com este evento ("XXX"Apada na Tromba - Freak 'N' Grind Fest 2015), é mesmo um exemplo perfeito da cena musical austríaca. Basicamente uma rapariga disse que vinha aqui, disse que tinha visto os voos e isso tudo, blá blá blá, tudo tretas, ela não está aqui! É esta a maneira como os austríacos funcionam, queria fazer uma piada sobre isto mas isto é mesmo verdade e é triste. O problema na Áustria é que estamos no meio da Europa, ou seja, quase todas as tours param na Áustria, somos um país pequeno e as pessoas têm de escolher de entre um grande número de concertos e isso é um grande problema, não há aquele fanatismo como existe no Oeste europeu como por exemplo em Portugal, isto basicamente não existe na Áustria, este concerto de hoje é completamente impossível lá, concertos para bandas underground assim são impossíveis, peço desculpa mas a cena austríaca é uma merda! Se fizerem isto lá vão ter 60 ou 70 pessoas e muito menos movimento, as pessoas abanam um pouco a cabeça e é só isso... Claro que devem haver países piores tipo o Afeganistão mas na Europa, a Áustria está mesmo no fundo...
Eu pensava que Portugal era o pior...
Mas não é [risos].
Já agora conhecem algumas bandas portuguesas?
Claro que sim: Dead Meat (eles ainda existem?), Holocausto Canibal, Grog... Tivemos oportunidade de ver Grog várias vezes, umas 4 vezes, e são mesmo uma banda muito boa.
Qual foi o vosso melhor concerto até hoje?
Tivemos alguns que foram mesmo muito bons, vamos nomear três, um deles aconteceu em Portugal no Santa Maria Summer Fest em 2013, outro foi o Tel Haviv Deathfest em Israel que foi mesmo excelente e outro foi o Metal Crowd na Bielorússia em 2011, todos foram grandes concertos mas este último está no topo e espero que o Vítor (Santa Maria Summer Fest) não ouça isto [risos].
Estão a planear lançar material novo?
Temos algumas coisas planeadas e vamos lançar um cover de Gronibard e já me esqueci do título porque é francês, já gravámos as vozes no passado fim-de-semana e vai sair num Split CD, não! Um vinil, vai ser mesmo um lançamento especial, vai ter três temas de Gronibard outro de Pulmonary Fibrosis, o outro não sei e o outro é nosso. E vai haver um vídeo! Não podemos dizer já uma data porque não a sabemos.
Gostavam de deixar uma mensagens aos fãs portugueses?
Tu dizes que Portugal é pior que a Áustria portanto... por favor, não visites a Áustria, não queiras lá ir! É sempre muito positivo, já tivemos em mais de 14 países e já vimos muito caos mas Portugal é um dos países de topo. Nós temos experiências muito boas aqui e esperemos que continue assim, espero que as pessoas continuem a ser brutais, nojentas, malucas... Acho que da próxima vez lhes vamos dar algum dinheiro, não, a sério, foi mesmo muito bom vir cá é sempre um grande prazer. Queremos agradecer a todos os que foram aos nossos concertos, é mesmo muita gente, Portugal é um dos melhores países com pessoas sempre a darem em doidas, queremos agradecer a todas! É um país pequeno, comparando com outros, mas as pessoas são mesmo insanes, malucas e é por isso que adoramos vir aqui.
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