Tudo começou em 2004 quando Boy-Z e Boy-D (na altura, denominados de Z-Dassin e D-Ogre) criaram uma banda chamada Fetal Incest. O objectivo dos Fetal Incest não era fazer algo de “original” em termos de sonoridade, mas sim fazer algo de diferente liricamente, e até visualmente. Boy-D era o baterista dos Viingrid, e Boy-Z já era muito conhecido por fazer parte dos Holocausto Canibal. Os primeiros meses da banda foram “difíceis” porque não encontravam um vocalista nem um guitarrista, só em Setembro de 2004 é que encontram Boy-G (denominado de Anal-X na altura) que se tornou guitarrista da banda. Os ensaios começaram e começavam a surgir algumas músicas compostas, um Grindcore, com muitas influências de Rock ‘n’ Roll: puro e duro. Depois de várias alterações na formação, na guitarra e na voz, ao longo dos anos, numa altura em que tudo parecia perdido, Boy-D e Boy-G começam a fazer uns guturais (“pig squeals”) espectaculares, e formou-se o “power trio” que conhecemos actualmente.
Com a formação completa e com muitas músicas compostas começam a dar concertos por todo o país, era a chamada operação “Save The Scene”, com mais de meia centena de concertos em Portugal. Após várias aparições ao vivo, foram considerados como uma das bandas portuguesas mais explícitas e polémicas por abusarem do conteúdo porno nos concertos. A banda foi destaque nos jornais nacionais depois de ter sido denunciada por uma organização religiosa, que os acusou de pervertidos sexuais, dizendo que estavam a incitar pessoas à imoralidade e à doença. O “caso” nunca foi desenvolvido e a banda continuou os concertos. Com uma enorme quantidade de temas gravados e de concertos, em 2010, os Fetal Incest, decidem mudar de nome, passam a chamar-se Grunt. No final de 2010 assinam pela Bizarre Leprous Productions, da República Checa, e em 2011 lançam o primeiro álbum de estúdio “Scrotal Recall”.
“Scrotal Recall” é um álbum composto por 25 temas brutais (2 covers), um Grind ‘n’ Roll (que eu diria até Goregrind ‘n’ Roll) com várias influências, desde o Thrash ao Brutal Death, passando pela música electrónica, mais rigorosamente, nas introduções de grande parte das músicas. Como principais influências, como a própria banda o diz, temos: Stoma, Pigsty, Impetigo… Todo o conceito do álbum é envolvido em fantasias porno que são bem visíveis nos títulos das músicas: “Topless Buffet”, “Bukkake Riot”, “Limbless Female Orgy”… Considero “Scrotal Recall” um álbum muito bom, embora um pouco enjoativo, a sonoridade não varia muito do início ao fim, mas se seleccionarmos as que gostamos mais e as ouvirmos, dá um enorme prazer a ouvir. A nível vocal encontramos um pouco de guturais de Death Metal, mas na grande maioria das músicas, a presença de “pig squeals” é o que se evidencia mais, muitos “blast beats” e grandes melodias de guitarra são o resultado de 6 anos de experiência e maturação, destaque também para as partes electrónicas no início de cada tema, que, apesar não fazerem o meu estilo, quer no álbum quer em estúdio, ficam muito bem!
“Topless Buffet” é o tema ideal para iniciar o álbum, com uma introdução arrepiante, “Goth Girls Don't Say No” foi o primeiro Single a ser lançado, e, na minha opinião foi uma excelente escolha, já é um clássico. É na música “Bukkake Riot” que os “pig squeals” se destacam de todas as outras músicas, são mesmo espectaculares. “Shemale” é a minha música preferida, onde Boy-Z e companhia abusaram e bem, é uma música onde o Grindcore e o Rock ‘n’ Roll se unem para formar um som único. “Cum Souffle”, “Fake Tits On Broken Chicks” e “Wrong Leg Amputation” são 3 temas muito bons. “Massage Board Grinder” é mais outra grande música, que conta com a participação de um convidado especial, é uma música marcada pela variação nos vocais e pelas paragens para uma melodia de Jazz da guitarra. “Ambidextrous Handjob” é um tema a puxar para um Brutal Death, mais a nível instrumental, ao estilo dos Decrepidemic. “Restricted” é um cover dos Rot, muito bem interpretado por parte dos Grunt. “The Forest Whispers You're Gay” é um cover dos Cradle Of Filth, do primeiro álbum, originalmente chamado “The Forest Whispers My Name”, é uma interpretação original e diferente do habitual, que adorei. Para terminar o álbum temos “Glory Hole Incantations” uma música electrónica com 28 minutos, que acho completamente desnecessária.
Os Grunt são a minha banda portuguesa preferida de Grind não estava à espera de um álbum com este grande nível, dentro de pouco tempo estes senhores vão-se tornar numa das bandas portuguesas mais internacionais dentro do género, têm uma “boa” editora, concertos agendados um pouco por toda a Europa e começam a dar que falar. Espero ansiosíssimo por mais um álbum e por uma sessão de devastação, caos e brutalidade ao vivo!
estes gajos ao vivo são um espetaculo!!
ResponderEliminarEncomendas para: gruntpt@gmail.com
ResponderEliminar9€ + portes